Trabalho de pares sobre o texto argumentativo.
Leitura e análise do texto de Vieira, Sermão de Stº António aos Peixes (continuação):
cultismo e conceptismo, os argumentos de autoridade, repetição, antítese, interrogação retórica, adjectivação, perífrase, metáfora, aliteração, jogos de linguagem, gradação.
O recurso à narrativa.
Modos literários.
Um blogue da professora Risoleta C. P. Pedro para e com os trabalhos dos seus alunos- Escola Secundária Artística António Arroio
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Sumários da semana de 17 de Outubro
Leituras nas margens de Vieira: uma crónica de Mia Couto (Os neologismos e os peixes).
Exercícios de leitura expressiva do Sermão de Stº António aos Peixes.
Exercício de escrita: os pensamentos/sentimentos de um índio e de um colono perante o início do sermão.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
"Raconte-moi un bijou"
Foi ontem inaugurada, "no Museu de Arqueologia, a exposição itinerante de Joias “Raconte-moi un bijou”, em que também participa, entre outras escolas europeias, a nossa escola com trabalhos produzidos pelos nossos alunos de Ourivesaria no âmbito do projeto Comenius."
A exposição estará patente até ao dia 27 de Novembro.
Entrada livre.
Nova escola, nova página…
Nova escola, nova página…
domingo, 23 de outubro de 2011
Brincar com a língua
Epêntese
Vou buscar ao
funcionamento da língua, mais propriamente a um processo fonológico, uma
inserção de segmentos. Epêntese, que se caracteriza pela adição de uma letra no
meio da palavra. Epêntese lembra-me pente e apêndice, não sei bem por que razão,
mas associo estas duas palavras a velho. Sabendo eu bem que todos temos pentes
e velhos, não consigo parar de imaginar velhos, muitos velhos a pentearem-se.
Falando agora mais a sério, um exemplo de epêntese poderá ser a passagem da
palavra humille a humilde. O “l” foi substituído por um “d”. “l”de lorde e “d”
de dama, sofisticou um pouco a palavra, foi melhorada e assim é.
Sendo esta a única epêntese
que conheço, não posso dar mais exemplos, posso é continuar a falar sobre
humildade. Humilde, que no dicionário se diz de alguém que tem ou aparenta
humildade, que se diminuiu voluntariamente, que denota respeito e deferência.
Algo que não assiste a todos.
Maria José Silva 11E nº18
Brincar com a língua
O Apocalipse da Apócope
Quando pronuncio a palavra Apócope, a sua sonorização faz-me
lembrar a palavra Apocalipse e reparando bem nas duas palavras, elas têm mais
em comum do que apenas a sua sonorização. Pensando em Apocalipse, ocorre-nos o
fim do Mundo, a queda da Humanidade, a inexistência.
O processo fonológico da apócope também é realizado por um
segmento que deixa de ser articulado no final da palavra, desaparece, cai,
deixa de existir.
Uma das palavras que sofreu uma supressão de um segmento no
seu final foi a palavra amore, agora amor. Nos tempos correntes, a palavra
amor significa um sentimento de afeto por alguém, paixão, dedicação. Mas
pensando na antiga escrita da palavra, amore, pensamos naquelas tias das
aldeias que sempre que nos veem, dizem:
- Oh “amore”, anda cá dar dois beijinhos à tia.
Joana Courela, nº11
11º A
Brincar com a língua
Se
pensarmos na palavra síncope, ou se perguntarmos a alguém o seu significado,
provavelmente dirá que lhe faz lembrar algo como sincronização ou sintonia. Mas
se perguntarmos a um médico dotado de inteligência, irá responder que é o mesmo
que um desmaio; no entanto, se for um professor de português ou alguém com uma
memória e sabedoria prodigiosas, irá recordar-se, dos tempos de escola, que se refere
a um processo fonológico do funcionamento da língua, e não de sincronização e
sintonia das palavras nem de desmaios da língua portuguesa.
Na verdade, a síncope é um processo
fonológico em que acontece uma supressão de segmentos, como o exemplo da
transformação da palavra “opera” em “obra”, em que um segmento deixa de ser
articulado no meio da palavra, sendo “obra” a palavra utilizada atualmente. Mesmo assim, ainda hoje se utiliza a palavra opera, no sentido de efetuar ou
realizar alguma coisa; na medicina significa submeter-se a uma operação
cirúrgica e em último caso na boca de alguns significa defecar; também ainda
hoje é utilizada a palavra ópera sendo um espetáculo dramático em canto,
acompanhado por música, ou apenas o edifício onde se realiza este espetáculo.
Atualmente, a palavra “obra” (do latim “opera”) significa então um trabalho
qualquer, um edifício em construção, ou até uma produção artística ou
intelectual.
Desperto a atenção de alguns que a palavra
opera, do verbo operar, ainda utilizada, não leva acento, só leva acento com o sentido de
espetáculo musical ou edifício onde este decorre, e quando isto não acontece e
há erro ortográfico, podemos dizer que há um “desmaio” na língua portuguesa.
Rita Viela, 11º A
Brincar com a língua
Humile > Humilde / Epêntese
Letras que se acrescentam entre outras como
uma pessoa que se integra na sociedade. Quando digo sociedade, é mesmo
sociedade que quero dizer, já que por ela é que as palavras são usadas,
modificadas, remendadas, esquecidas, inventadas.
De humile a humilde, do latim para o
português atual.
Ainda hoje palavras imensas estão sofrendo
modificações no seu interior; interior não só no sentido de ser o aparecimento
de uma letra que vem modificar a sua escrita ou pronúncia, mas também nos seus
sentimentos maiores. Já ganharam sentidos e agora sentidos lhes são retirados;
assim como humilde ganhou um “d”, ação perdeu o “c”.
Vida que damos ás palavras quando as
utilizamos; nascem, crescem e morrem nas nossas bocas.
Maria Varela, nº21, 11ºD
Brincar com a língua
A Apócope
Um dos belos processos fonéticos da língua
portuguesa, que consiste na supressão de segmentos no final das palavras, deu
cabo de todo o romantismo na palavra amor, outrora pronunciada ‘’amore’’.
Ora não é que hoje em dia consideramos a língua italiana,
que é assim meio cantada, uma língua apaixonante? E como é que eles dizem amor?
Amore, pois claro. ‘’Amore mio’’ é mesmo de deixar uma pessoa derretida. No
entanto, o amor com que ficámos, em vez da fama deu-nos direito a uma grande dose
de banalidade. A palavra e o seu significado perderam todo o sentimento. Dizer
amo-te hoje em dia, é tão natural quanto beber água e isto é de deixar uma
pessoa arrasada. Pobre amor, além da apócope trouxe-nos o apocalipse!
Margarida B. Gomes da Silva
Nº16 11ºA
Brincar com a língua
“Síncope”
Mesmo sendo usada para situações variadas, cheguei à conclusão que se baseia tudo nos mesmo aspectos.
Existem as síncopes musicais. Isto é uma característica rítmica caracterizada pela execução de uma nota num tempo fraco, ou seja, quando nos parece que o tempo está “fora do tempo”. O facto de se poder produzir um “tempo fora do tempo”, dá infinitas possibilidades ao tempo em si, e mais liberdade, alma e coração a quem compõe.
Na medicina, o sangue é irrigado pelo nosso ponto central – o coração – para o cérebro. Quando isto acontece “fora do tempo” e a irrigação diminui, o corpo sofre uma síncope – perde subitamente a consciência, ou seja, a pessoa desmaia. O que é um desmaio, senão a libertação da consciência do corpo?
Na gramática também há uma perda, perda esta que também se dá no centro da palavra. As palavras estão sujeitas à supressão de fonemas à medida que a língua evolui e por vezes liberta-se um segmento na articulação no meio das palavras. Quando observamos a evolução de uma palavra, como por exemplo “Lana – Laa – Lã”, sabemos que as primeiras expressões estão desactualizada, estão “fora do tempo”.
“Síncope” pode, então, ser explicado, em poucas palavras, como “o que está fora do tempo” e “o que cria liberdade”.
Joana Santos, 11º E, nº 14
Mesmo sendo usada para situações variadas, cheguei à conclusão que se baseia tudo nos mesmo aspectos.
Existem as síncopes musicais. Isto é uma característica rítmica caracterizada pela execução de uma nota num tempo fraco, ou seja, quando nos parece que o tempo está “fora do tempo”. O facto de se poder produzir um “tempo fora do tempo”, dá infinitas possibilidades ao tempo em si, e mais liberdade, alma e coração a quem compõe.
Na medicina, o sangue é irrigado pelo nosso ponto central – o coração – para o cérebro. Quando isto acontece “fora do tempo” e a irrigação diminui, o corpo sofre uma síncope – perde subitamente a consciência, ou seja, a pessoa desmaia. O que é um desmaio, senão a libertação da consciência do corpo?
Na gramática também há uma perda, perda esta que também se dá no centro da palavra. As palavras estão sujeitas à supressão de fonemas à medida que a língua evolui e por vezes liberta-se um segmento na articulação no meio das palavras. Quando observamos a evolução de uma palavra, como por exemplo “Lana – Laa – Lã”, sabemos que as primeiras expressões estão desactualizada, estão “fora do tempo”.
“Síncope” pode, então, ser explicado, em poucas palavras, como “o que está fora do tempo” e “o que cria liberdade”.
Joana Santos, 11º E, nº 14
Treino de oralidade
Leitura
RevoluçãoO céu abre-se num rasgo de cor
- Hoje sou a princesa do nada.
E a luz vai iluminando a dor
Desta vida abandonada.
Amanhã serei a rainha de tudo,
Trocarei a tiara pela coroa,
Soltarei o meu grito mudo,
Cantarei até que a voz me doa.
Terei a luz do sol no meu olhar,
No paraíso do entardecer.
E as asas de papel a voar
Em direcção ao teu ser.
13. Abril. 2007
Joana Santos
(15 anos)
Dissertação
A flauta é um dos instrumentos de sopro mais antigos e um dos primeiros instrumentos musicais inventados pelo Homem.
Calcula-se que tenha surgido há mais de vinte mil anos, a julgar por alguns exemplares encontrados, feitos de osso. O homem primitivo na ânsia de imitar os sons dos pássaros terá aprendido a assobiar. Posteriormente, ao ouvir o som produzido pelo vento nas canas, cortou um bocado e quando a levou aos lábios conseguiu imitar sons semelhantes ao assobio, porém mais fortes. A partir desta descoberta, o Homem aperfeiçoou a flauta de bambu, modificando não só as suas formas, mas também a qualidade dos materiais usados para a sua construção.
Crê-se que tenha sido inventada, paralelamente, por povos distantes, sem nenhum contacto entre si, podendo ser comprovado através das flautas de bambu ou de argila encontradas no Peru de formas e de sonoridades semelhantes às utilizadas pelos gregos e egípcios.
Até à primeira metade do século XVII, as flautas não possuíam nenhum mecanismo. Tinham apenas orifícios, e supõe-se que a primeira chave tenha surgido por volta de 1660.
Até ao início do século XIX não houve muitos progressos. As flautas continuavam com pouca sonoridade e com muitos problemas de afinação, apesar de novas chaves terem sido acrescentadas ao seu mecanismo. Só por volta de 1840 é que a flauta se tornou realmente um instrumento quase perfeito, semelhante ao usado hoje em dia, graças ao mecanismo conhecido como “sistema Boehm”, inventado por Theobald Boehm (flautista, compositor e fabricante de flautas). Este novo mecanismo aumentou a extensão da flauta, facilitou o dedilhado, permitindo a execução de obras virtuosas até então impraticáveis com as flautas antigas.
Improvisação
“O Silêncio”
Eu sei que no silêncio podem ser demonstrados os sentimentos mais sinceros, até porque muitas das vezes o que se demonstra com acções é mais sincero do que o que é realmente dito.
Mas a mim, “silêncio” aterroriza-me. Mesmo que às vezes seja preciso ouvi-lo para anular todo o barulho que se forma dentro de mim, senti-lo é algo que me esmaga e que me asfixia.
O silêncio que vem do que se perde é, para mim, a pior coisa que se pode sentir. Esse silêncio é a ausência total de tudo: da presença, da palavra, do gesto… Quando nada resta, o que nos é deixado é esse silêncio, o vazio que nos enche. O silêncio é o que fica quando na realidade não existe nada. O silêncio, para mim, é nada. É o escuro. É o vazio interior.
Dentro de nós ficam as memórias do que agora nos faz sentir esse silêncio, porque se um dia não tivesse havido voz, esse silêncio nunca teria sido sentido. O silêncio que vem da solidão é algo que se pode combater se ouvirmos a nossa voz interior, o que ficou guardado em nós, para que não deixemos que o silêncio nos encha de vazio. Temos que ter uma voz interior para que o que acontece para além de nós não nos deixe a sentir nada senão silêncio.
"Agora as Sereias têm uma arma ainda mais fatal do que o seu canto, ou seja, o seu silêncio... Talvez alguém pudesse ter escapado ao seu cantar; mas ao seu silêncio, certamente nunca." - KAFKA, Franz. Parábolas.
"Sentir solidão não é estar só, é estar vazio." - SÉNECA, Lucius Annaeus.
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