segunda-feira, 4 de junho de 2012

Trabalhos de recuperação:

- Cesário escolhe os seus poemas para a publicação (que, como sabes, afinal não chegou a acontecer durante a sua vida). De qualquer modo, ele não sabe ainda isso e separa-os, organiza-os e vai refletindo, ora sobre os poemas, ora sobre os cenários, personagens, espaços, estilos, situações e contextos que os habitam e lhes deram origem.
Tudo isto, em diálogo com Eça, que o aconselha. Vão trocando considerações sobre as respetivas obras.

Nota importante: podes e deves basear-te nos textos do manual, nos textos estudados ou em outros, mas é muito importante que se perceba ( e percebe-se... ) que o trabalho é feito por ti.

sábado, 2 de junho de 2012

O sarau



                                           Columbano "O Sarau"
Escutando Lisboa no Sarau – João Ega

Foi num dia como outro qualquer, numa noite igual a tantas outras onde a Lisboa se apresentava despida do costumado cansaço, povoada de gentes aperaltadas que me dirigi para mais um dos controversos saraus de Lisboa.
Surpreendido pela quantidade de pessoas que até ali se dirigiram na esperança de provar o seu intelecto, ou quem sabe de se salvar da ignorância, nem que fosse por uma noite banhada pelas luzes do palco nadei entre essas gentes.  As aclamadas madames atiradas e espremidas dentro dos espartilhos, os homens interpretando o papel de gentlemen acudiam ao som que parecia vir de dentro da velha caixa de portões austeros e janelas altas ao estilo lisboeta.
Ultrapassei o portão entre vestidos que roçando pelo chão o pareciam enamorar e rapidamente assegurei o meu lugar para o espetáculo que se avizinhava.
Só então me dei conta que ao meu lado estava o estupor do Dâmaso!  Uma das pessoas que com certeza se dirige a estas pérolas de cultura para se safar da habitual ignorância.
Desci o mais que pude a minha cartola revoltada de maneira a tapar o meu perfil denunciador e puxei o mais alto que pude a gola do casaco quase até repuxar a costura debruada a um galão dourado como o candelabro que estava seguro por cima da minha cabeça.
Assim fiquei ali sentado com aquele aspeto tão ridículo quanto as pessoas que me rodeavam.
Começou finalmente a música.  Tentei escutá-la convencido de que aquilo era o suprassumo da cultura do agora!
Mas o barulho só aumentava, as pessoas abafavam a música numa mostra de poder em que eles e elas se interpelavam num jogo de gestos e corpos confusos.
Os sorrisos cínicos, os olhares comprometidos de amantes trapaceiros aceleravam o compasso da música que parecia indicar o final eminente da peça, a mulherzinha obediente ao marido que discretamente lança olhares de fúria entre pequenos safanões do leque de plumas e brocado que faz uma corrente de ar capaz de fazer regelar as cordas tímidas e agudas do violino.
Os compassos lentos, as mãos suaves a percorrer o corpo dos instrumentos como as mãos de um homem percorrem a nudez de uma amada parecem agora mais brutas.  O compasso acelera, o maestro agita a batuta como se fosse combater com o insonso pauzinho de madeira para a guerra e eu continuo escutando.  Escutando aquela coisa que é música que no meio desta gente, que no ventre desta Lisboa não passa senão de ruído de fundo aos ouvidos destes animais que sem ponta de civilização a usam para ambientar uma vida arcaica retirada de um daqueles livros que deitei fora a semana passada!  Sim … uma vida retirada de um daqueles livros românticos insuportáveis que sem razão parecem ser o retrato desta Lisboa.
Revoltado fugi daquela realidade que parecia assombrar a existência do Homem civilizado.
Acabei por não ouvir música nenhuma, fui apenas mais uma vez escutar Lisboa.

Inês Gomes   nº 13  11º D

Exposição do 11º E

Caros Arroianos,

A turma do 11ºE do curso de produção artística - especialização em têxteis, tem o prazer de convidar a comunidade escolar para exposição que terá lugar na Casa da Cultura dos Olivais, Lisboa, com inauguração no próximo sábado, dia 2 de Junho pelas 18H00.

Segue o cartaz em anexo,

Contamos com a Vossa presença,

a turma do 11ºE