Para quem faltou:
Segunda dia 28 pelas 13.30 numa sala que esteja disponível na altura (informar-se junto da D. Goreti).
Um blogue da professora Risoleta C. P. Pedro para e com os trabalhos dos seus alunos- Escola Secundária Artística António Arroio
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Trabalhos sujeitos a avaliação no 3º período
Independentemente da nova consulta que devem fazer dos critérios de avaliação gerais e específicos, que conhecem, venho recordar os trabalhos que foram pedidos este período:
- Ficha de verificação de leitura sobre Os Maias
- Teste sobre Eça e Cesário
- Poema-resposta da mulher citadina a Cesário, ao estilo do mesmo
- Texto imaginando um Sarau lisboeta da segunda metade do século XIX, inspirando-te n'Os Maias e nas músicas da época ouvidas na aula:
http://risoescolar.blogspot.pt/2012/05/musica-seculo-xix-e-os-maias.html
- Trabalho individual ou de pares sobre Realismo e Naturalismo
- Trabalho de pares sobre aspectos de Funcionamento da Língua (apresentação oral e escrita)
- Apresentação oral (Apresentação de uma página do diário literário e improvisação) e a sua vertente escrita
- Diário de uma aula
- Crónica sobre: "Que escritor me acompanha ao pequeno-almoço" ou "A que refeição me acompanha Eça"
- Recitação (Eça ou Cesário)
- Diário Literário (20 semanas)
- Ficha de verificação de leitura sobre Os Maias
- Teste sobre Eça e Cesário
- Poema-resposta da mulher citadina a Cesário, ao estilo do mesmo
- Texto imaginando um Sarau lisboeta da segunda metade do século XIX, inspirando-te n'Os Maias e nas músicas da época ouvidas na aula:
http://risoescolar.blogspot.pt/2012/05/musica-seculo-xix-e-os-maias.html
- Trabalho individual ou de pares sobre Realismo e Naturalismo
- Trabalho de pares sobre aspectos de Funcionamento da Língua (apresentação oral e escrita)
- Apresentação oral (Apresentação de uma página do diário literário e improvisação) e a sua vertente escrita
- Diário de uma aula
- Crónica sobre: "Que escritor me acompanha ao pequeno-almoço" ou "A que refeição me acompanha Eça"
- Recitação (Eça ou Cesário)
- Diário Literário (20 semanas)
quarta-feira, 23 de maio de 2012
CLUBE DE LEITURA
DIVULGAÇÃO
CLUBE DE LEITURA DA ESCOLA ARTÍSTICA ANTÓNIO ARROIO
1º encontro:
Quarta, dia 30 de MAIO à hora de almoço, entre as 13.30 e as 14.30 no bar (a ideia é almoçarmos enquanto conversamos e combinamos o que houver a combinar).
Este clube é aberto a toda a comunidade escolar, alunos e ex-alunos, professores, funcionários e encarregados de educação.
sábado, 19 de maio de 2012
Matriz do teste sobre Eça e Cesário
CONTEÚDOS:
Realismo e naturalismo
Questão Coimbrã, Geração de 70 e Conferências do Casino
Título e subtítulo
Planos narrativos d'Os Maias
Categorias da narrativa
A linguagem: ironia, monólogo interior indireto, discurso indireto livre, hipálage, adjetivação, uso do advérbio, o imperfeito e o gerúndio, animização, metáfora...
A poesia de Cesário: sensorialismo, visualismo, pintura por letras, impressionismo, real e transfiguração, deambulação, cidade e campo, a mulher
FORMA
Seleção de respostas corretas
Preenchimento de espaços
Completamento de afirmações
ESTRUTURA
I- Texto com perguntas de interpretação e as categorias da narrativa, seleção de respostas corretas
II- Preenchimento de espaços sobre Realismo, Naturalismo, Cesário e Eça
III- Completamento de afirmações
IV- Texto de desenvolvimento
A partir de um tema de vários propostos sobre Eça ou Cesário, sua obra e época.
Diário de aula
foto Sofia Azevedo
Diário
da aula de Língua Portuguesa:
Hoje, dia 7 de maio de 2012,dia do aniversário do meu
irmão mais novo, tema da minha mente não só nesta aula como o resto do dia.
A aula de Português começou com todas as lembranças,
por parte da professora, para as nossas cabeças (às vezes ocas) e para o nosso
bem no final do ano quando formos ver as pautas.
Desta vez foi o Francisco a tomar a nossa atenção com
o seu poema, não o sei ao pormenor, a sua essência falava da inocência que
reside em cada um de nós, a nossa infância. Muito interessante, como é comum
nestas apresentações. Penso que se todas as pessoas conseguissem controlar e
expulsar a parte do nervosismo neste breve e inicial momento da aula,
conseguiriam expor-se muito mais… mas por norma gosto sempre. “Para onde foi a
inocência?” (tema de improvisação) onde o Francisco correspondeu, na minha
opinião sensata e diretamente, quando disse que a inocência não foi para
lado nenhum, apenas se esconde. Corrijo, a escondemos dentro de nós próprios na
capa rija de adultos.
Pouco mais se falou sobre este assunto. Voltámos aos
lembretes e marcações importantes. Confesso que não ouvi a 100% o que estava a
ser dito, estava à procura da minha preciosa agenda onde costumo guardar a
minha memória (chamo-lhe memória profissional) memórias da alma, essas
guardo-as sempre na minha mente. Acabei por encontrá-la mesmo no meu colo
(acontece muitas vezes ser o cúmulo da distração por breves instantes)
Continuamos a
falar sobre os trabalhos… Acredito que seja por gosto, mas como a professora
frisou sorrateiramente que de vez em quando se entusiasma a fazer alguns
trabalhos “meto-me numa grande embrulhada” mas nota-se que grande parte é
trabalho satisfatório.
Depois destas introduções (necessárias)
começámos a trabalhar ao gás na página 231. “A sociedade e a psicologia dos
portugueses” em que a pertinência, essência e oportunidade da visão de Eça são
indispensáveis para compreensão desta época, não só a visão neutra, mas também
critica. A crónica de costumes continua totalmente válida face aos dias de hoje,
os defeitos e as características mantém-se iguais. Ao estudarmos Eça
percebemos que estava no seu tempo, mas não se conformou com este e ultrapassou
o romantismo existente, reagiu ultrapassando-o. Neste texto distingue-se o conflito
entre o artista e o crítico sobre o mundo e o homem fazendo o mesmo.
Ironicamente, temos sempre tendência, instinto ou como queiram considerar, a criar especulações/ilusões sobre aquilo a que chamamos ídolo, neste caso artistas.
Os artistas não são perfeitos, nem anjos… são homens
e mulheres, somos nós, seres fracos e casmurros insistindo em que havemos de
criticar tudo e todos contra as nossas crenças de que as asneiras as havemos de
cometer outra vez, escondias por trás da pobre inocência que afinal ainda e
sempre se esconde dentro de nós… é por isso que nos sentimos traídos.
Sentimo-nos traídos por quem nos desilude, como que
se estivéssemos sempre à espera daquela pequena coisinha, aquele pormenor que
nos sabe tão bem quando vemos que é o nosso capricho realizado. Quando assim
não é, criticamos tudo e todos, batemos com o pé e deixamos a inocência
esconder a birrinha. Penso que o fazemos na esperança de que um dia voltará o
que queremos como queremos. Tentamos mudar o mundo sem nos apercebermos que
este nos muda a nós.
O texto desta página fala também da época naturalista presente nas obras de Eça em que se ocupa das aparências, bens, os fúteis
e flutuantes costumes, satiriza o burguês da sua época de forma
sarcástica e irónica.
Podemos fazer também uma comparação entre o Eça radical - escritor e o Eça conservador – pessoa em todo o seu trabalho este escritor procurou
encontrar-se a si mesmo para além das influências.
Após a interpretação do texto desta página falámos um
pouco de estilo, o Discurso Directo, Discurso Indirecto e
Discurso Indirecto Livre… esta matéria fez-me lembrar o período no Básico onde
estudámos gramática desafogadamente, recordei o 7º ano no externato e o 9º na
escola pública onde andei… Senti saudade.
Na página 241 do manual a leitura expressiva dos
textos A e B permitiram uma breve revisão da aula passada. (Na obra d’Os Mais)
Diferenciação e destaque ao discurso do tempo, o tempo escrito que não corresponde
ao tempo da história, em que se passam 14 anos em texto e a maior fatia deste
livro é basicamente a vida de Carlos no Ramalhete.
Nesta obra, o Ramalhete até 1875 estivera em ruínas,
posteriormente é ocupado por Afonso e Carlos acompanhados por toda a
aristocracia portuguesa. Em 1877 quando sucede a tragédia e Carlos parte para a
Europa, com a morte de Afonso o Ramalhete fica de novo em ruínas. Lembrei-me da
expressão que o meu pai utiliza sempre que vamos a alguma parte antiga de uma
cidade ou a outro sítio em ruínas “ Tudo vai com o dono”
Enquanto estava a tomar as minhas notas, a professora
explicou o que é que era Hipálage (palavra estranha e nova para mim);
significa que o objeto oou a ação recebem as características do sujeito, que deste é desviado; é parecido com a
personificação, sem ser o mesmo…
De novo na descrição do Ramalhete, investigámos a
essência do gosto frenético de Carlos em transformá-lo numa casa luxuosa,
típica dos países do Norte da Europa. Todas estas características estão ligadas
aos cenários do Romantismo,
Considero fantástico o facto de tão pequenas coisas
nos surpreenderem, Para mim, os livros são uma autêntica caixa de surpresas,
fico sempre interiormente preenchida de surpresa quando o óbvio que não vi me
surpreende. Normalmente as histórias apesar de boas e de qualidade acabam
sempre por se tornar previsíveis, dá-me um gozo tremendo descobrir o que não
sei quando por vezes penso que sei.
Eça critica a importação de tudo o que é estrangeiro,
como verificamos também nesta aula, não só o
facto de importarmos coisas, mas o exagero com que se importam ideias, a
identidade. O luxo sem correspondência com a necessidade, a este modo de vida refere-se mais Carlos, já Afonso, na sua descrição naturalista e maciça na
exceção de um pormenor ou outro, é caracterizado como um homem tipicamente
português, a referência a hereditariedade.
Afonso da Maia é descrito pelo lado mais naturalista
de Eça, como se fosse o olhar de um médico ou cientista. Psicologicamente, como já
tínhamos visto na aula passada, percebemos que esta personagem evolui na sua
vida, torna-se mais bondoso.
Foi uma aula preenchida… Ao gás como disse… terminou
com as saudações de boa educação, nesta altura já mais por carinho por parte
de todos. Só de pensar que o ano está quase a terminar, por um lado fico muito
feliz mas por outro começam a surgir momentos de nostalgia… estes que são
precisos para nos sentirmos diferentes a cada ano que passa e nos transportarmos
para um novo futuro…
Sofia Azevedo 11º D nº24
Oralidade
Leitura
Sem título
a razão sem o uso
o uso sem a razão
Num mundo tão escuso
Como viver então?
Como peixe na água
tão sem memória?
Pensemos na mágoa
da vida sem glória!
Maria José de Castro Nunes Lobato de
Sousa
Dissertação
(a razão sem o uso/o uso sem a
razão) Existem teorias e mais teorias a que poderíamos recorrer para tentar
explicar o que é a razão.
Sabemos que é um ato que antevem
de uma inteligência particular que cada um de nós tem. Mas será algo mesmo
necessário para a sobrevivência humana? (Num mundo tão escuso/Como viver
então?).
Será que é a razão que nos
distingue dos animais? Tudo isto provoca uma grande agitação (como peixe na
água/tão sem memória).
Provavelmente; não digo que o é,
mas talvez haja um certo ponto de verdade no meio de tudo isto, infelizmente…
Sabemos que existe uma
inteligência animal, no entanto admite-se que só o Homem é que é “dotado” da
razão. Será que ao utilizarmos essa “razão” será com benefício para a
nossa espécie?
Se não formos razoáveis é, como muita
gente o diz, vivermos sem glória (Pensemos na mágoa/da vida sem glória!).
Todos nós temos razões, ou seja,
cada um de nós tem motivos para agir a nosso gosto, no entanto,
poderemo-nos perder no meio de uma naufrágio, para simplesmente as arranjarmos!
Maria José de Castro Nunes Lobato de
Sousa
Improvisação
O Dia em que eu não tive razão
Penso
que esse dia nunca existiu.
Cada
dia é diferente, ou seja, todos os dias estamos sempre a sujeitos a coisas
novas.
Em
cada dia cometemos erros. E quando achamos que, por algum motivo, estamos a
agir corretamente, nesse momento surgirá alguém ao nosso lado, um amigo ou um
familiar, que nos dirá que não estamos a agir da melhor forma.
São
todos esses dias sem razão, que nos fazem crescer, da melhor forma possível.
O
que quis dizer é que não existe um só dia em que não tenhamos tido razão, mas
sim toda a nossa vida existiram dias em que não a tivemos!
Maria José de Castro Nunes Lobato de
Sousa
Um Sarau
Clair
de lune ao luar
Clair de Lune,
Debussy.
Já assisti a uns três
saraus deste Senhor, com S grande. A minha admiração por ele é do conhecimento,
penso, de todas as minhas companhias, seja da manhã, da tarde ou da noite.
Inevitavelmente, quase todas as minhas conversas de qualquer hora do dia acabam
com um suspiro, ao relembrar aquela a quem já trato por ‘’Minha bela música’’. Mas
a verdadeira razão por que anseio, de todas as vezes, o começo, o meio e o fim
desta melodia não é o facto de a achar linda, magnífica ou qualquer um dos
outros adjetivos que é se calhar suposto utilizarmos quando falamos numa
música da qual gostamos muito. A verdade é que ela me faz pensar, liberta os
meus pensamentos e confesso que mal a oiço, mas os meus pensamentos voam ao som
das suas notas.
Uma vez mais aqui estou.
Convidada, num dos camarins mais invejados do teatro e com a companhia mais
invejada das senhoras. Inveja é de facto o que não falta por aqui e por entre
este meio de classes que são (ou pensam ser) ricas, mas não são ricas coisas.
Vêm, mesmo sem conhecerem uma única música ou até sem nunca terem ouvido falar
em tal nome. Enoja-me sabem? Saber que não se sabe nada e nem assim procurar
saber.
As primeiras notas são
tocadas com aqueles dedos longos e finos, elegantes. Fizeram-me lembrar os
dedos de Carlos e de quando agarrou na minha mão para me convidar, muito
alegremente, para um sarau de Debussy. Esboço um pequeno sorriso e, pelo canto
do olho, olho para ele que está ao meu lado e para o seu ar muito atento.
Parece ainda mais bonito ao luar da música.
A música está apenas no
começo e decido ouvi-la, mas desta vez a sério. Não posso continuar a não saber
sequer a melodia da minha querida música. Inconscientemente sabia que ela era
linda, mas agora, ao ouvi-la como nunca havia ouvido antes, admiro-me como algo
pode ser tão belo. É uma beleza que se ouve, que se sente e quase se inspira.
Parece que a cada nota, dezenas de passarinhos saem de dentro do lindo
piano preto e voam por cima das nossas cabeças
muito lenta e silenciosamente. É quase como a vida. Começa devagarinho,
agita-se lá pelo meio (com algumas partes verdadeiramente agitadas!) e termina
como começou. Os dedinhos mexem-se tão rápido que tentar acompanhar os seus
movimentos deixa-me zonza. Mas a música continua bela e mais bela ainda se
torna com o meu amor a meu lado.
Quando a música termina,
com aquele toque de génio de Debussy e o parar do balançar do seu corpo forte,
Carlos gira as suas pernas na cadeira e, enquanto todos se levantam e aplaudem
intensamente o músico que agora se encontra virado para eles e a fazer
consecutivas vénias, pergunta-me muito devagar e discretamente, por entre um
sorriso tímido:
– Como achas que está o
luar lá fora, minha querida Maria?
Joana
Tomás
Nº
16
Diário de uma aula
Começámos com o tradicional momento de leitura, com sorrisos e troca de ideias, improvisação "desinocente" com intervenção de mini dança do Francisco. Seguiram-se recados e delicadezas em relação a trabalhos futuros. Houve um momentinho para trocar palavras soltas e combinações sobre a mostra de talentos e outras conversas sem ponta nem princípio. Depois analisámos os escritos de Eça e terminámos com uma leitura das linhas e entrelinhas escrevinhadas por ele.
Ana Potier nº2 11ºD
Ana Potier nº2 11ºD
Diário de aula
Maria Varela, nº21, 11ºD
Está na hora, mais
uma aula de Português. Entramos na sala e acabadinhos de sentar, é-nos dito que
é a vez de quem não fez o diário de aula da aula anterior, terá que fazer nesta
aula. A primeira coisa que me veio à cabeça, foi claro "mais uma coisa
para fazer...mas até pode ser giro!"
O que nós
escrevemos identifica-nos, mesmo que não demos conta que tal acontece, mas é
uma realidade. A aula começou com um texto escrito pelo Francisco, um texto que
adorei, tem mesmo a ver com ele completamente, o ser inocentemente uma criança.
Depois de
começarmos a falar de Eça de Queiroz e enquanto falávamos de artistas, houve uma
frase que ficou retida no meu pensamento "Não podemos exigir dos artistas
porque eles não são perfeitos. São pessoas!", foi sem dúvida umas das
expressões de que me irei lembrar para sempre!
É mexendo no
cabelo que, às vezes, me consigo sentir confortável...ajuda-me a mudar de
posição daquelas cadeiras que me deixam o corpo paralisado e com vontade de me
levantar nem que seja só para esticar as pernas.
Ainda a estudar
Eça, como até ao final da aula e certamente as próximas aulas até ao teste,
tivemos de ler vários excertos do livro Os Maias, que estão presentes no
nosso manual. Mas é impressionante como cada um lê de maneira diferente! Claro
que ler aqueles textos não é fácil... Eu própria li e senti-me como se não
soubesse ler! Muito estranho mesmo, palavras tão estranhas e caras...claro, é a
língua portuguesa, por isso é que existem tantas palavras na nossa língua
materna comparativamente com as outras. Não poderia ser tudo tão mais fácil se
houvesse mais significados para a mesma palavra em vez de haver tantas maneiras
de dizer a mesma coisa?
Snack.
Cesário. O meu escritor da sandes apressada a correr por Lisboa. Oh, mas tão bem acompanhada…
Saltando do metro com a sandes na mão, dirijo-me ao Largo
do Chiado numa sexta de manhã. Ao meu lado, Cesário Verde acende uma cigarrette. Compondo a casaca, fez
questão de me acompanhar. Numa conversa fiada, maldiz jornalistas, editores,
ricos enfim… Descendo o Chiado, Cesário acena a Queiroz de longe, que lhe
responde acenando de volta. Passamos por pobres, por sem abrigo, mas este não lhe
subjuga um olhar de desprezo ou só de ignorância. Cesário dá-lhes sombra,
existência, vê-os. Cesário conta-me as suas historias, lê-me os pobres,
saúda-me o campo e cospe-me na cidade, que tanto amo.
Vejo as horas, corro para o metro descendo o Chiado até à
rua da Vitória – já estava atrasado. No campo não nos podemos perder assim,
vemos o tempo a passar, aqui na cidade tudo brilha com mais força, tudo se sente
com mais intensidade. Estacando, o jovem homem que era Verde, fixa-me
incredulamente. Então, rindo violentamente, cambaleia até mim, atravessando o seu
braço pelos meus ombros, ainda tens muito para aprender…
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