quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Efeméride: satélites e passarolas




«mas por lhe querer bem el-rei (…) não só verá voar a máquina, como nela voará.»

in Memorial do Convento, José Saramago



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26 de Setembro
PoSat I
O primeiro satélite português, PoSat I, foi lançado para o espaço a 26 de Setembro de 1993.

© Instituto Camões, 2004



Da passarola do Padre Bartolomeu de Gusmão ao primeiro satélite português.   







































































































































































































































































terça-feira, 25 de setembro de 2012

Portugal, Pessoa e a Europa

Logotipo de Efemérides
22 de Setembro
Conselho da Europa
Portugal tornou-se membro do Conselho da Europa a 22 de Setembro de 1976.
Organização instituída pelo Tratado de Londres, em 1949, tem actualmente 47 Estados membros.

© Instituto Camões, 2005
O DOS CASTELOS
A Europa jaz, posta nos cotovellos:
De Oriente a Occidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabellos
Olhos gregos, lembrando.

O cotovello esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquelle diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se appoia o rosto.

Fita, com olhar sphyngico e fatal,
O Occidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.
Fernando Pessoa, in Mensagem

domingo, 16 de setembro de 2012

Manifesto Futurista, de Marinetti

http://www.youtube.com/watch?v=JC1wBf-LJ20

e
Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros:

http://www.youtube.com/watch?v=Izz4aoZ1Bsw

Ainda os diários literários

Sobre os diários, venho recordar alguns aspetos importantes:

- A ilustração, por si só, não chega. Podem usar ilustração (não é obrigatório, recordo mais uma vez que se trata de um diário literário) mas nesse caso deve ser original: ou é fotografia ou desenho/pintura de vossa autoria, ou de tal modo manipulado (colagem, recriação), que passa a haver uma apropriação. Também objeto que introduzam no diário deve ter uma relação muito coerente e percetível com o texto, tal como as imagens, que não devem ser decorativas mas significativas ou ilustrativas.

- Devem variar o tipo de entradas, evitar adotar um modelo (nem sempre citação, nem sempre reflexão, nem sempre poema, nem sempre imagem, nem sempre descrição, nem sempre narrativa, nem sempre...

- Evitar o desabafo exclusivamente emocional ou sentimental, a menos que tão transformado, que se tenha transformado "noutra coisa ainda/Essa coisa é que é linda.", como escreveu Pessoa.

- Deve estar sempre presente a ligação entre a disciplina (língua, literatura ou temática em estudo) e o vosso quotidiano.

- Apesar de se tratar de um diário e logicamente acabar por ter um aspeto usado, não deve haver desleixo na sua apresentação, quer no interior quer no exterior, mas alguma preocupação com a estética e a harmonia.

- O texto deve estar sempre identificado (autor, data e se possível, local).

- Textos noutra língua só muito excecionalmente e por razão plenamente justificada e visível coerência.

- Podem usar citações, uma ou outra vez, mas não por sistema. O texto deve ser pessoal e evitar banalidades como tantas que correm pela Internet, facilmente identificáveis.

- Atenção aos textos, também da Internet, atribuídos a Fernando Pessoa, a Camões, e a outros autores, o que, com frequência, não é verdade.

- Deve haver atenção à qualidade e à originalidade dos vossos textos.

- O vosso diário deve ter um título que, de alguma forma, o apresente.

- No final devem fazer uma reflexão escrita sobre o processo: como decorreu, que dificuldades tiveram, o que foi mais fácil, de que modo evoluiu, de que ponto partiram, a que ponto chegaram, que aconteceu pelo caminho, o que ganharam, que mudou em vós e à vossa volta, se continuariam, que concluem, etc.

- Os meus olhos (e uma avaliação mais segura) agradecem que não escrevam a lápis, ou se o fizerem, com um carvão bem carregado.  Blocos minúsculos e caligrafia do tamanho quase invisível também não são bem-vindos.

- Devem estar preparados para, em qualquer momento, a meu pedido, apresentarem o vosso diário.

- Os diários devem conter um mínimo ("muito mínimo", mesmo) de duas entradas semanais.

DIÁRIO LITERÁRIO



Um pequeno caderno ou bloco que possas transportar sempre contigo. Uma segunda pele. A tua pele poética. Nele registarás os resultados da tua atenção à estética do mundo. Verificarás que a arte está em toda a parte, que os textos que estudamos nos manuais são apenas a parte mais ínfima e mais apagada do que a poesia pode ser. E no entanto, até ali ela brilha, tal é a poderosa luz. Ela está presente nas aulas, onde andamos a estudá-la, mas também na rua, no autocarro e no metro, na publicidade, nas palavras da tua irmã mais nova, na biblioteca dos teus pais, na do teu avô ou do teu bairro, num programa que viste na televisão, no olhar de um amigo ou de uma amiga, na fachada de um prédio, no rio, nas nuvens, na relva que cresce por entre as pedras da calçada. E dentro de ti.
Na sua forma mais pura é a expressão dos sentimentos e emoções do autor.
Deves procurá-la sob todas as formas: na literatura de todos os povos e de todos os tempos, em prosa e em verso. Textos de que tenhas gostado (de autores do programa, de outros...).
Os textos podem ser inteiros o sentido estético literário deve "andar por lá". Podem ser criados por ti, recriados por ti, copiados ou transcritos de algum sítio. Deves sempre indicar o autor e a proveniência.
No teu diário podes também, para além dos poemas (teus ou alheios) incluir narração de acontecimentos, comentários a episódios observados ou ouvidos, aspectos falados na aula que tenham merecido a tua especial atenção, pessoas que por si mesmas sejam uma expressão de arte, experiências estéticas que tenhas vivido. Comparação de excertos de poemas com episódios da vida, experiências directas que tenhas tido ou de que tenhas tido conhecimento. Procura, nas falas das pessoas da rua, vestígios de uma tradição artística popular.
  Podes ainda interrogar pessoas sobre poesia, literatura, sobre os escritores e poetas que conhecem e preferem, poemas ou livros que amam ou amaram, livros de poesia  (ou outros)  recomendados. Podes tentar falar com um escritor, um poeta, um dramaturgo. Podes até trazê-lo à aula.

O que é possível colocares no teu caderno, para além da poesia: colagem, fotografia (feita por ti), desenho (teu), colagem (por ti), objecto (encontrado por ti). A inclusão das imagens ou objectos não deve ser aleatória, mas deve perceber-se o sentido e ser contextualizada (com poesia, texto literário,  ou uma situação poética/literária/estética por ti descrita)

O que este diário não é:
- cópia da internet ou de outro sítio qualquer (atenção à propriedade intelectual, prevista no novo estatuto do aluno)
- algo teórico
- feito por atacado na véspera da entrega
- algo lamecha ou banal, também não deve ser mero desabafo emocional ou sentimental

É um olhar profundo, diferente e estético sobre o mundo (o que está fora e o que vive em ti), é a manifestação de um sentimento ou de um olhar estético perante a estranheza ou o esplendor da vida.
Acima de tudo, procura andar por aí de olhos bem abertos, atento à literatura da vida e traz isso para o teu caderno/bloco, preferencialmente sob a  forma de texto (não te esqueças que esta é uma disciplina de Português), mas podendo ser ilustrado com foto, desenho, colagem, objecto.

Não esquecer:
- Identificar sempre o autor   dos textos (quer sejas tu ou outro); se fores tu, assinas, se for alheio, deves indicar o nome e a proveniência. Se ouviste na rua, deves dizê-lo e em que circunstâncias.
- Ter um mínimo de 2 entradas semanais a partir da primeira semana de aulas. No final de cada período o teu Diário será alvo de uma avaliação.
- Colocar sempre a data de cada entrada.
- No final, uma reflexão sobre a forma como decorreu o processo, uma avaliação do resultado, pontos fortes e pontos fracos.
- Deve ter um título

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Claude Debussy

1905: Estreia de La mer, "tendo sido a sua partitura considerada revolucionária":

http://www.youtube.com/watch?v=4240QMQ1jhU&feature=related

Claude Debussy (22 de agosto de 1862 - 25 de Março de 1918), compositor francês, um dos compositores mais importantes dentro da música impressionista, embora ele não apreciasse muito a designação A sua obra foi fundamental para a transição para a era moderna no mundo da música ocidental e continua a ser um dos compositores mais marcantes do século XX.
No meio literário e cultural francês, este período ficou conhecido como "simbolismo", movimento que inspirou Debussy e também se encontra numa fase inicial da obra de Pessoa.

http://cvc.instituto-camoes.pt/sabermaissobre/cpessanha/03.html


                                         Monet


Ode Marítima, de Álvaro de Campos:
http://www.revista.agulha.nom.br/facam04.html



O programa de Português de 12º ano

Bem vindos e bem vindas ao 12º ano, neste ano letivo de 2012-2013 o último na escola secundária, o último antes da universidade ou do prosseguimento que cada um entender. Há que saboreá-lo bem. :-)

Em traços muito, mas mesmo muito largos, iremos conviver com quatro autores: Camões, Pessoa, Sttau Monteiro e Saramago.

Olhando a cronologia de Pessoa, alguns nomes, pelas mais variadas razões, se destacam, veremos porquê:

Debussy 
Marinetti
Freud
Kandinsky
Kafka
Ford
Stravinsky
Amadeo
Chaplin
Gago Coutinho e Sacadura Cabral
General Gomes da Costa

Todos estão, de alguma forma, relacionados com algum aspeto da vida ou obra (será possível separá-las?) de Pessoa, mas os dois últimos contêm "extensões" para: o Memorial do Convento (os penúltimos) e o Felizmente há Luar( o último). Num caso, devido ao sonho realizado de um voo, no último porque a sua ação foi o primeiro passo para o futuro estabelecimento do Estado Novo e as repercussões que isso tem na obra de Sttau Monteiro.