domingo, 29 de janeiro de 2012

Texto argumentativo


Texto Argumentativo - «És dono do que calas, escravo do que dizes…”

 “És dono do que calas, escravo do que dizes…” porque o que calas pressupõe conhecimento e virtuosidade dos teus grandes feitos; e escravo do que dizes porque de tudo o que dizes - és suspeito de alheias opiniões e mando das grandes línguas que a ti se assumem.
 Calar; e falo enquanto calo porque enquanto falo, pelo outro – o recetor – nada há a dizer; Ou não haveria ordem, e pela desordem nada se entenderia. E calo enquanto falo porque pressuponho pelas capacidades que me são entregues de humano (a de raciocinar) não haverá razão certa e forte das coisas; e aí calo porque pelo outro nada de errado há que apontar às minhas ideias.
 Sendo eu dono do que calo, e dono, visto que falo e pela razão se me deixam ensinar, porque haveriam eles de querer escravizar o que digo? E falo deles como quem fala de qualquer gente que queira escravizar.
 Ou é porque lhes nasce do sangue vontade e prazeres de querer escravizar e tornarem-se donos de tudo o que dizem, ou é porque o que digo não será tão acertado e que por outras razões me queiram corrigir. Ou é porque se sou dono do que calo, então do que digo farei escravizar as minhas palavras – sendo elas demandas pregadoras da doutrina que me corre na razão do pensamento.
 Nesta razão, então não se conclui nada que se lhes possa apontar, e então sou eu dono do que calo porque dos meus escravos dizeres, apresento a razão do meu pensamento e do que me ouvem e se calam por isso, ganho a causa do meu argumento e faço de mim, escravo do que digo – um bom uso dos meus pensares.
 E sendo eu dono do que calo e escravo do que digo como quem pretende mudar as outras ideias, não serei também escravo, eu, do que calo e dono do que digo, quando dos outros não existe se não vontade de escravizar?




Gabriel Filipe Duarte Gonçalves, 11E n10

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