segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Ainda a Baixa

Relatório ‘’pessoal ‘’ da visita de estudo à baixa pombalina…

E foi aqui que pelo meu passeio encontrei os que agora se sentam ao meu colo, rígido e frio, desconhecendo a minha identidade, admirando-me mesmo assim ... admirando-me como um pedaço de metal de forma orgânica e quem sabe , andrógina … eles sabem lá .
                                          Brigitte Szenczi

Oh em quão horrendo bicho te transformaste. O teu olhar vidrado, virado para o local dos grandes , de onde te avistamos pela primeira vez , corrompido agora este pelos ratos de porão, nossos irmãos, que te rodeiam por nada mais ter que fazer … por nada mais poderem fazer… por mais nada poderem sonhar senão com a linha azul que de longe tu avistas…
Ah! Apressemo-nos ! Apressemo-nos ! , que o nosso Rei nos aguarda, acolá, por nós, ali, tal como o meu amigo espera por mim . Nestes dias por onde corremos, ele precisa tanto de mim como nós do desaparecido salvador que nos vigia , rígido e imponente, na vanguarda de um também rígido e imponente esplendor de circulação romântica.
Mas ninguém espera por mim, nem na gare , nem à janela…
Procuro a luz que trará o nosso encoberto de volta, e com ele a ti.
Mas à tua janela não vejo a luz a sair e a penetrar os meus olhos.
Deles apenas a mágoa, a saudade e o cansaço se notam, sem a esperança que a luz traga, ao iluminar a tua janela, o brilho da tua face e do meu sorriso, esse extinto, como o meu companheiro, que se extinguiu pela extinção do dinheiro no seu bolso .
Ah …sim …a vida boémia..A distração que se finge ser vida , que no final no-la tira acompanhada do fumo , do dinheiro , das putas e de ‘’um’’ copo de licor.
Apenas os raros curiosos te procuram agora, oh velho animatógrafo, não porque a curiosidade desfaleceu , mas porque a tua exclusividade tornou-se precisamente no significado contrário , onde as ruas oferecem as novas exigências e manias que satisfazem a boémia e desgraçada degradação da nova geração.
LEVANTEM-SE AS VELAS ….de papel…
No meu tempo  relembrei o mundo dos teus feitos e dos nossos avós… e agora ao que passamos ? A uma estátua na rua ? …a uma memória ensinada nas escolas ? Onde estão os grandes feitos de que tanto falavas ? Para quando os grandes feitos, agora que precisamos deles ?
LEVANTEM-SE OS PEITOS E A VOZ …. Ou assim dirias tu …

Diogo Lopes, 12º A

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