"Foi me proposto, no âmbito da
disciplina de Português Língua Não Materna, fazer um trabalho que desse a
conhecer melhor a cultura e algumas tradições da minha terra natal, Ucrânia.
O desafio era escolher um poeta ucraniano
e traduzir um poema seu.
O poeta que eu escolhi chama-se
Taras Shevtchenko (1814-1861). Nasceu numa família pobre, com vários irmãos e
irmãs.
Ficou orfão aos 11 anos e tornou-se servo de um aristocrata russo. Desde
muito pequeno, Taras pintava e componha pequenos poemas recitando-os em
público. Um dia, um comerciante viu que o rapaz tinha muito talento e
“comprou-o” ao seu proprietário. Estudou
numa academia de Artes onde sempre teve boas notas e muito sucesso. Quando
cresceu tornou-se um grande amante da Pátria e muito Nacionalista. Os seus
poemas dividem-se em duas categorias: poemas para “crianças” e poemas para
“adultos”. Os poemas dedicados a crianças são pequenas histórias infantis, de
fácil compreensão, que transmitem lições de moral, enquanto os poemas para
adultos são muito nacionalistas e críticos, tendo uma linguagem dificil de
interpretar.
O poema que eu escolhi chama-se “На
Великдень, на соломі”
("No Dia Grande, no Celeiro"). É um poema para crianças que fala sobre o Dia
Grande (a Páscoa). Estavam várias crianças a brincar no celeiro e a gabar-se
das roupas novas que os parentes ofereceram; num canto esta uma menina órfã, de
mãos ao peito a olhar. Temos quatro monólogos:
- A minha mãe comprou-me.
- O meu pai arranjou.
- A minha madrinha coseu.
E enquanto estes falavam, a menina órfa disse:
- Eu almocei com o padre.
Este poema transmite muito a dor de uma menina que não tem
nada nem ninguém, enquanto as crianças à sua volta brincam felizes com as coisas
novas.
“На
Великдень, на соломі
Против сонця, діти
Грались собі крашанками
Та й стали хвалитись
Обновами. Тому к святкам
З лиштвою пошили
Сорочечку. А тій стьожку,
Тій стрічку купили.
Кому шапочку смушеву,
Чобітки шкапові,
Кому свитку. Одна тільки
Сидить без обнови
Сиріточка, рученята
Сховавши в рукава.
— Мені мати купувала.
— Мені батько справив.
— А мені хрещена мати
Лиштву вишивала.
— А я в попа обідала,—
Сирітка сказала. “
Против сонця, діти
Грались собі крашанками
Та й стали хвалитись
Обновами. Тому к святкам
З лиштвою пошили
Сорочечку. А тій стьожку,
Тій стрічку купили.
Кому шапочку смушеву,
Чобітки шкапові,
Кому свитку. Одна тільки
Сидить без обнови
Сиріточка, рученята
Сховавши в рукава.
— Мені мати купувала.
— Мені батько справив.
— А мені хрещена мати
Лиштву вишивала.
— А я в попа обідала,—
Сирітка сказала. “
Escolhi este poema porque fala do “Dia Grande”,
ou seja, a Páscoa.
Na religião ortodoxa a Páscoa é um dia muito alegre e de festa. As pessoas de manhã vão para a igreja com um cesto cheio de comida, mas
o essêncial é o pão (uma espécie de Folar da Páscoa)
e os ovos cozidos e pintados (um dos
símbolos da Ucrânia), para ser benzido – é como se pedissem a Deus que durante
esse dia (e sempre) não falte comida na mesa.
Depois disso juntam-se em casa e comem todos a comida “que Deus
ofereceu”.
http://www.youtube.com/watch?v=TdsQFs_8vfk
– vídeo da recitação do poema.
Viktoriya Moshnyaha Nº 25 12ºA
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