"Ainda", palavra que sofreu um processo, é atualmente uma palavra com duas versões, sendo os populares os maiores portadores de uma delas. Devido à nossa preguicite aguda, aquele esforço imaginário de enrolar a língua, bater com ela nos dentes, abrir a boca e soltar o som "A", os portugueses optam por transmitir um som mais fácil, contendo este esforço (quase merecedor de recompensa) para resumir a um simples "inda", tiram o poder concentrado naquela primeira vogal tão potente e concentram todo o seu esforço no som final da palavra, e é então com grande devoção que acabam por dizê-lo em grande (ou não) esplendor e adivinhem, sem esforço quase nenhum.
No dia-a-dia, no quotidiano, no ontem, no hoje e no amanhã iremos sempre encontrar-nos (por circunstancias da vida) com pessoas que julgamos serem melhores que nós. O mesmo se passa com estas duas vogais, que toda a vida estiveram no grupo das cinco melhores amigas e quando se encontraram nesta palavra, o "i" imperou, deitando para o exterior o seu som estridente e abafando a sua companheira. Acontece.
Talvez por uma questão de rapidez, recorremos ao uso da supressão desta vogal, é mais natural e fluido, e os populares (melhores alunos na escola da vida) usam esta palavra sem pensar duas vezes.
Mariana Cirurgião Nº19 11ªE
Nenhum comentário:
Postar um comentário