Índio
Lá estava eu
em S. Luís do Maranhão a ouvir aquele homem que parecia saber muito. Era dotado
de uma inteligência tal, que parecia falar uma língua universal. Uma língua
percetível por todos, quer por colonos, quer por índios, como eu. Gosto da sua
maneira de pensar, parece que lê os meus pensamentos à medida que divulga a sua
palavra com aqueles olhos sábios que fazem um raio-X à terra e à mente das
pessoas. Aquele homem, de quem agora era seguidor, despejava verdade e espanto
na cara dos meus companheiros.
Se toda a
gente se questionasse sobre os assuntos ali referidos, o mundo seria muito
melhor e nós não sofreríamos tanto…
Colono
Estava a
perder o meu tempo e não conseguia sair daquele local. Parecia que os meus pés
estavam colados ao chão. Olhava para as pessoas à minha volta e estas estavam
como hipnotizadas com aquele “discursozinho ” do Pe António Vieira. Parecia que
o pregador tinha um íman nas palavras, que fazia os olhos metalizados do povo
olhar para ele e sorrir, como se estivesse a dizer algo com muita sabedoria e
importância. Estava a falar de sal e terra, terra e sal. Eu de alguma maneira
entendia o que ele falava, como se essas palavras se transformassem noutras
dentro do meu cérebro.
Não entendia
o motivo de ele dizer que existia corrupção. O mundo está muito bem como está.
Nós ordenamos e os Índios obedecem. Não entendo como pode haver tanta gente a
concordar com o que o diz, simplesmente não faz sentido nenhum. O mundo sempre foi
assim e assim vai continuar a ser!
Vanessa Correia Carvalho Nº26 11º E
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