Se
pensarmos na palavra síncope, ou se perguntarmos a alguém o seu significado,
provavelmente dirá que lhe faz lembrar algo como sincronização ou sintonia. Mas
se perguntarmos a um médico dotado de inteligência, irá responder que é o mesmo
que um desmaio; no entanto, se for um professor de português ou alguém com uma
memória e sabedoria prodigiosas, irá recordar-se, dos tempos de escola, que se refere
a um processo fonológico do funcionamento da língua, e não de sincronização e
sintonia das palavras nem de desmaios da língua portuguesa.
Na verdade, a síncope é um processo
fonológico em que acontece uma supressão de segmentos, como o exemplo da
transformação da palavra “opera” em “obra”, em que um segmento deixa de ser
articulado no meio da palavra, sendo “obra” a palavra utilizada atualmente. Mesmo assim, ainda hoje se utiliza a palavra opera, no sentido de efetuar ou
realizar alguma coisa; na medicina significa submeter-se a uma operação
cirúrgica e em último caso na boca de alguns significa defecar; também ainda
hoje é utilizada a palavra ópera sendo um espetáculo dramático em canto,
acompanhado por música, ou apenas o edifício onde se realiza este espetáculo.
Atualmente, a palavra “obra” (do latim “opera”) significa então um trabalho
qualquer, um edifício em construção, ou até uma produção artística ou
intelectual.
Desperto a atenção de alguns que a palavra
opera, do verbo operar, ainda utilizada, não leva acento, só leva acento com o sentido de
espetáculo musical ou edifício onde este decorre, e quando isto não acontece e
há erro ortográfico, podemos dizer que há um “desmaio” na língua portuguesa.
Rita Viela, 11º A
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