domingo, 23 de outubro de 2011

Treino de oralidade


 Leitura

Revolução
O céu abre-se num rasgo de cor
- Hoje sou a princesa do nada.
E a luz vai iluminando a dor
Desta vida abandonada.
Amanhã serei a rainha de tudo,
Trocarei a tiara pela coroa,
Soltarei o meu grito mudo,
Cantarei até que a voz me doa.
Terei a luz do sol no meu olhar,
No paraíso do entardecer.
E as asas de papel a voar
Em direcção ao teu ser.
13. Abril. 2007
Joana Santos
(15 anos)

 Dissertação

 Flauta Transversal
A flauta é um dos instrumentos de sopro mais antigos e um dos primeiros instrumentos musicais inventados pelo Homem.
Calcula-se que tenha surgido há mais de vinte mil anos, a julgar por alguns exemplares encontrados, feitos de osso. O homem primitivo na ânsia de imitar os sons dos pássaros terá aprendido a assobiar. Posteriormente, ao ouvir o som produzido pelo vento nas canas, cortou um bocado e quando a levou aos lábios conseguiu imitar sons semelhantes ao assobio, porém mais fortes. A partir desta descoberta, o Homem aperfeiçoou a flauta de bambu, modificando não só as suas formas, mas também a qualidade dos materiais usados para a sua construção.
Crê-se que tenha sido inventada, paralelamente, por povos distantes, sem nenhum contacto entre si, podendo ser comprovado através das flautas de bambu ou de argila encontradas no Peru de formas e de sonoridades semelhantes às utilizadas pelos gregos e egípcios.
Até à primeira metade do século XVII, as flautas não possuíam nenhum mecanismo. Tinham apenas orifícios, e supõe-se que a primeira chave tenha surgido por volta de 1660.
Até ao início do século XIX não houve muitos progressos. As flautas continuavam com pouca sonoridade e com muitos problemas de afinação, apesar de novas chaves terem sido acrescentadas ao seu mecanismo. Só por volta de 1840 é que a flauta se tornou realmente um instrumento quase perfeito, semelhante ao usado hoje em dia, graças ao mecanismo conhecido como “sistema Boehm”, inventado por Theobald Boehm (flautista, compositor e fabricante de flautas). Este novo mecanismo aumentou a extensão da flauta, facilitou o dedilhado, permitindo a execução de obras virtuosas até então impraticáveis com as flautas antigas.



Improvisação

“O Silêncio”
Eu sei que no silêncio podem ser demonstrados os sentimentos mais sinceros, até porque muitas das vezes o que se demonstra com acções é mais sincero do que o que é realmente dito.
Mas a mim, “silêncio” aterroriza-me. Mesmo que às vezes seja preciso ouvi-lo para anular todo o barulho que se forma dentro de mim, senti-lo é algo que me esmaga e que me asfixia.
O silêncio que vem do que se perde é, para mim, a pior coisa que se pode sentir. Esse silêncio é a ausência total de tudo: da presença, da palavra, do gesto… Quando nada resta, o que nos é deixado é esse silêncio, o vazio que nos enche. O silêncio é o que fica quando na realidade não existe nada. O silêncio, para mim, é nada. É o escuro. É o vazio interior.
Dentro de nós ficam as memórias do que agora nos faz sentir esse silêncio, porque se um dia não tivesse havido voz, esse silêncio nunca teria sido sentido. O silêncio que vem da solidão é algo que se pode combater se ouvirmos a nossa voz interior, o que ficou guardado em nós, para que não deixemos que o silêncio nos encha de vazio. Temos que ter uma voz interior para que o que acontece para além de nós não nos deixe a sentir nada senão silêncio.
"Agora as Sereias têm uma arma ainda mais fatal do que o seu canto, ou seja, o seu silêncio... Talvez alguém pudesse ter escapado ao seu cantar; mas ao seu silêncio, certamente nunca." - KAFKA, Franz. Parábolas.
"Sentir solidão não é estar só, é estar vazio." - SÉNECA, Lucius Annaeus.

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