sábado, 12 de novembro de 2011

O que ficou da oralidade

Português - exposição oral, 12.10.2011
 
1º Parte, texto escolhido/lido:
 
Âncora -mar
Mar forte
Areia molhada
Vila do norte
Minha terra amada
 
Porto de pesca
Porto de abrigo
Numa manhã fresca
Encontro-me contigo
 
Horizonte aberto
Vazio na mente
Tempo tão incerto
Dor que não se sente
 
Sentado à beira do forte
Sinto a vida a correr
Quem se acha sem sorte
Nada tem a temer.
 
Pinto Paisagens
Escuto histórias
Vivo de miragens
Recuso memórias.
 
Valente homem do mar
Amada mulher em terra
Na boca um doce cantar
No coração, um grito de guerra.
 
Ondas murmurantes
Palavras perdidas
Ventos uivantes
Mensagens escondidas
 
Ele partiu,
Ela ficou
Ele não sentiu,
Ela chorou
 
Recolho agora o anzol
Um peso mentido
Vou rumo ao farol
Caminho não-escolhido.
 
Âncora lançada
Silêncio no mar
Um corpo caído
Obra esgotada
Nada a ultrapassar
Nada retido.
 
TAVARES, André . "Âncora - Mar"  (poema de amigo. Homenagem à sua terra natal).
 
2º Parte, dissertação sobre tema escolhido:
 
  "Comunicar com as massas" é o que artista plástico brasileiro reconhecido por todo o mundo - VIK MUNIZ, sugere com a sua nova exposição. E até então a sua maior mostra de artes.
 
  Quando olhamos para uma mera fotografia, por vezes não damos a atenção merecida. Quando a olhamos com mais atenção encontramos em cada quadro um duplo sentido, carregado de um pensamento filosófico e sensorial
 
  Materiais do quotidiano como o chocolate, manteiga de amendim, lixo, açúcar, poeiras, papel, diamantes e caviar são o meio que VIK MUNIZ utiliza para recriar não só paisagens, mas também como grandes nomes da fotografia, cinema e pintura. Criticando desta forma o mundo que nos rodeia, apresenta outras maneiras de compreendê-lo.
 
   Nesta exposição o espectador é convidado a ter um papel activo. Isto é, ganha vontade súbita de experimentar todas as obras e os seus diversos componentes.
 
3º Parte, improvisação:
 
O LUXO DO LIXO
 
  O luxo do lixo foi o tema que me calhou, por sorte ou por azar, na parte da improvisação dentro dos três minutos de avaliação oral que nos são permitidos.
  Este tema, o luxo do lixo, é algo com que não nos deparamos diáriamente, visto que, tal como nos sugere a expressão, um pouco paradoxal, é algo que abrange dois sentidos por natureza bem-distintos. Luxo: quando pensamos em  luxo, pensamos em riqueza, dinheiro, poder, valor económico ou simbólico, algo raro, enquanto que quando pensamos em lixo: pensamos em restos, porcarias, algo sem valor algum, sem funcionalidade ou utilidade, entre outros.
  Quando confrontado com este tema de improviso, surge-me num instante em mente, o tema que tratara no espaço da dissertação sobre VIK MUNIZ e a sua mais recente mostra de artes qe sugere a comunicação com e entre as massas. E surgiu-me de imediato, porque este grande artista plástico brasileiro, tal como é intitulado o tema da minha improvisação, expõe nas suas obras o valor do luxo do lixo. Isto é, através do lixo das lixeiras e com ajuda de muitos catadores trablhadores nessas lixeiras, MUNIZ consegue projetar, através do desenho, materias físicos e fotografia, obras de arte únicas com um elevadíssimo sentido concetual que jamais outro material conseguiria conferir aos seus trabalhos pela sua característica única enquanto lixo.
  E não só pela ideia, VIK MUNIZ consegue juntar um grande grupo de pessoas catadoras - empregando-as no seu projeto, como o próprio trabalho final em si - o artista não só consegue criticar o modo de ver o mundo, como consegue conferir ao lixo, ao seu ato de empregar enquanto artista estas pessoas e ao seu trabalho final - o valor de luxo, dada a sua raridade, excentricidade e originalidade.
  Com isso provou que o lixo também pode ser útil e  funcional, através da reutilização e reciclagem.
  E assim o lixo ganha lugar entre os luxos.
 
Gabriel, 11º E

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