terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pensamento de um colono e de um índio



Assim que me ausentei da Igreja de São Maranhão, não consegui tirar o sermão de Santo António de minha cabeça. Fez-me pensar sobre a forma como o ser humano tem agido, ou melhor, como os “meus” têm agido. Até hoje, as minhas atitudes pareciam-me corretas, as mais acertadas, mas após tais palavras, reconsidero. Lutar para que o meu país fosse bem sucedido, rico e temido pelos inimigos, mesmo que isso implicasse destruir inocentes, era para mim, quase uma obrigação para com a Pátria, e não como se contribuísse para a degradação do mundo, das suas maravilhas e também da degradação do conforto ou da vida de outrem, claramente indefeso contra as nossas armas e o nosso poder. Chega de destruição, chega de sofrimento, o que é realmente necessário tem, como nome, entendimento.
                Mudarei a minha atitude, mudarei a História. Render-me-ei à vontade de Cristo, louvarei as Suas maravilhas e amarei o próximo como Ele me ama a mim.

                Ana Sofia,nº5, 11ºE





                A minha religião não é a mesma do Padre António Vieira, mas isso não me impede de apreciar palavras tão sábias. Mesmo sendo diferentes, ambas as nossas crenças são a favor do entendimento e do louvor à natureza e às suas maravilhas, a diferença é que a minha tribo pratica tais ensinamentos, já os “brancos”…O sal salga, e o problema também não é da terra, mas sim dos que a governam. São obviamente os ouvintes que não querem receber a doutrina. Desde rapazito, o chefe da tribo me ensinou a amar os animais, a natureza e tudo o que esta me dá, a ser humilde e ter bom coração. Não é isso que os “brancos” ensinam aos seus filhos? Não é essa a vontade do Deus deles? Então, o que se passa com a terra? Não é certamente o sal. Não há necessidade desta guerra, não há necessidade deste egoísmo e sede de poder. Terra, sal, índios e colonos, somos um, ou melhor, devíamos sê-lo.
Ana Sofia, nº5, 11ºE

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