http://cloud.lbox.me/images/v/200807/3-pc-artesanal-painel-pintura-abstrata-rolada--szh422-_211862788488d56aa879aa.jpg
Santíssimo Tribunal da Inquisição,
Conforme pedido por
vossa excelência o inquisidor mor, relato aqui os eventos que tiveram lugar na
passada missa de domingo, dia 14.
Dirigi-me à igreja de S. Roque para registar as provas de acusação ao
pregador Padre António Vieira, tenho no entanto a informar vossa excelência que
nada de blasfemo encontrei no seu discurso. Os seus lábios não teciam
heresias, apenas verdades. O esplendor do seu sermão arrebatou os corações dos
ouvintes e o meu. Deixou-me perplexo a fusão perfeita das palavras e da beleza
da igreja. O fulgor da voz que falava do púlpito preencheu-nos a alma, assim
como os floreados e dourados preenchiam as paredes. A humanidade do pregador
assemelhava-se à dos rostos dos anjos que figuravam nas capelas. Todo o
ambiente barroco que nos rodeava se unia incomparavelmente ao que ouvíamos. É
assim impossível encontrar qualquer calúnia no meio de tal esplendor. Peço que
retirem as acusações feitas ao Padre António Vieira pois se de alguma coisa ele
é culpado é de dizer a verdade e de tocar os corações dos homens.
Margarida Gomes da Silva, 11º A
Nenhum comentário:
Postar um comentário