domingo, 20 de janeiro de 2013

Relatório como Fernando Pessoa



                                 Júlio Pomar
 

     Neste passeio, estampado em frente à Brasileira relembro as conversas que tinha com outros modernistas, e dessecados por baixo da pele de modernistas, amigos. Ainda cheiro a minha habitual e opcional bica, que antes do Beba Isto Com Açúcar, beber isto era tortura.
     No Largo de S.Carlos revejo a minha aldeia e também me acertam com facas de tristeza e agonia ao relembrarem alguns dos meus antigos entes próximos. Na capela dos Mártires não relembro o meu baptismo por não me lembrar desse dia, mas antes a homenagem a Santo António. Por entre cafés e restaurantes os meus olhos focam-se no Leão D’ouro, mais precisamente numa pintura de convívio onde pairam temas interessantes que são apanhados pela mente e libertados pela boca destes modernistas. A seguir, no Largo D.João da Câmara relembro a minha guarda ridícula e os poemas ridículos de cartas de amor ridículas.
     Na Rua dos Fanqueiros vejo o escritório onde trabalhei e ao meu redor vejo em vários cafés e bancos de jardim o Livro do Desassossego assim como no Abel da Fonseca vejo-me em flagrante delitro para a minha Ophelia. Eu com os joelhos já sobrecarregados de memórias e passeio passarei ali no Martinho que sei que ainda me esperam numa mesa.

Rita Martins Viela
12ºA; Nº20

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