quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Brincando com os processos fonológicos

Apócope

Já não sou desse tempo e duvido que alguém que ouça este desabafo remonte a esses tempos.
De qualquer forma, hoje ficarão a saber.
A mim? Ouçam, meus caros ouvintes, a mim quem me informou desta triste tragédia foi a minha querida avó, que julgo não ser também desse tempo. Talvez tenha sabido da notícia pela vizinha. Coscuvilheiras, que se há – de fazer?!
Bem, a notícia é exactamente esta: "amor" outrora foi "amore"! Agora que é grave, é!
Desde que o soube, que me assombra esta questão:
“O que aconteceu ao "e"?”
Tenho a certeza que a mesma pergunta vos atormenta agora! Preocupante situação! Decidi então perguntar à minha mãe, sim, porque isto de ouvir notícias de cuscas e ainda por cima de avós, não é de fiar! As avós são matreiras, é coisa da idade!
A minha mãe informou-me então que havia sido a apócope!
Isso a mim não me diz nada! O que é isso?
Após uma breve reflexão, descobri que os factos são os seguintes: antigamente "amor" escrevia-se com “e”, o que me levava a pensar que o “e” se tinha escapado. Pensei, pensei e sabem que mais? Não digam a ninguém (muito menos às cuscas) eu acho que o “e” se fartou de andar de mãos dadas com as outras letras. Coisa compreensível! Foi isso, foi! O “e” fartou-se desse amor e foi-se embora!
O que aos meus olhos aponta para uma simples conclusão! No tempo em que “amor” se escrevia com “e” apócope queria dizer – “divórcio”.

Inês Gomes, 11º D

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