domingo, 18 de novembro de 2012

Oralidade



Leitura, Dissertação e Improvisação

Leitura
“Dentro dele cabe Tudo”

Era um Homem em que tudo cabia dentro de si.
Ele não via o mundo, ele consumia-o
Ele não usava meras palavras, ele construía-as,
Enquanto os outros perseguiam as suas vidas, ele procurava novos trilhos para a sua.

Dentro dele cabia Tudo.
As ruas, a cidade, o Mundo.

Até que um dia já não cabia nada,
Saiu tudo cá para fora.
O Homem começou a escrever
Criou palavras, criou frases, criou textos
Criou Tudo


Dissertação

O texto apresentado foi escrito no seguimento de uma frase dita pela professora durante a aula. A frase dita que deu início e asas a este texto foi “Dentro dele cabe Tudo”. Esta frase veio a propósito de quando mencionados os diferentes estilos em que Fernando Pessoa conseguia elaborar os seus textos. Podemos quase dizer que Fernando Pessoa se desmultiplicava em diferentes estilos. Não há como negar que dentro dele cabia tudo!
Porquê a escolha deste texto para a apresentação? Primeiro, porque desde sempre, mesmo antes de nos debruçarmos numa análise mais profunda sobre o trabalho de Fernando Pessoa, admirava o seu trabalho. A sua escrita de uma maneira ou de outra sempre conseguia dizer‑me qualquer coisa – tocar-me.
Depois, porque este texto representa a relação que tenho com o meu diário neste momento. Olho para os diários do ano passado onde existia ao princípio uma certa resistência à temática aula/vida e reparo que neste existe de facto uma maior aceitação desse fator.
Deixou de ser uma limitação, começou a ser uma diretriz que guia o mundo para qual escrevo.
Exatamente como quando estamos a desenhar com o modelo/referência à frente, está tudo ali. Cabe a nós apropriarmo-nos do que já existe e criar.

Improvisação
Se o Tudo e o Nada fossem peças de Lego, o que conseguiria construir?

Se o tudo e o nada fossem peças de lego, eu provavelmente iria conseguir construir exatamente – nada.
Porquê? Ora, porque o tudo e nada são como aquelas peças de lego que não encaixam, mas à nossa vista parece que foram feitas mesmo para encaixar uma na outra.
Como as peças de puzzle que temos a certeza que faltam ali, naquela parte do puzzle e forçamo-las a encaixar, até que acabamos por aceitar que de facto não encaixam.
O tudo e o nada são como aquelas peças dos legos grandes com que costumamos brincar quando somos pequenos. Quando somos pequenos não nos importa se as peças encaixam ou não, simplesmente pressionamos e pressionamos mais um bocadinho. Acabamos por não construir nada e deixamo-nos de construções.
O tudo e o nada são peças de lego tão diferentes e tão iguais. São aquelas peças de lego que não encaixam, mas têm, por exemplo, a mesma cor ou a mesma forma. É por isso que não se pode construir nada com elas, porque são precisamente iguais e como tal, não encaixam.

Inês Gomes nº13 12ºD

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