quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ROTEIRO PESSOANO temperado com com Camões e Saramago




VISITA DE ESTUDO SOBRE FERNANDO PESSOA, CAMÕES E SARAMAGO à Baixa de Lisboa

Para além da sua atividade poética, Fernando Pessoa tinha de ganhar a vida, por isso trabalhou como tradutor em inúmeros despachantes da Baixa e também trabalhou para os bancos Totta e Banco de Portugal.

ROTEIRO PESSOANO com Camões e Saramago:

1. Café Brasileira, antiga Brasileira do Chiado, no Largo do Chiado, onde se juntava o grupo dos modernistas: ele, Almada, Mário de Sá Carneiro, Santa Rita Pintor...
Escultura de Lagoa Henriques (os seus objetos: café, bica, caneta e papel) Modernismo_ Amadeo, no norte e Orpheo no Sul
Aqui se encontrava com os modernistas, embora a partir de certa altura tenha deixado de subir à Brasileira; o Almada(1916-18), que vivia no largo dos Bombeiros, é que vinha aqui muitas vezes beber café. Pessoa, a partir de certa altura, passou a parar mais pelo Martinho e outros cafés da Baixa.


2. Miradouro de Stª Catarina:  "O Adamastor" (leituras do episódio de OS LUSÍADAS  e do poema "O Mostrengo" de Pessoa in MENSAGEM.

3.Largo de S. Carlos (as três primeiras janelas do 4º andar mesmo em frente ao teatro de S. Carlos) - aí nasceu a 13 de Junho de 1888 e aí viveu com a mãe e o pai, Joaquim de Seabra Pessoa, que, para além de funcionário público, era crítico de música no Diário de Notícias.


3a. Basílica dos Mártires - Onde foi batizado, em 21 de Julho de 1888
(Poema “Ó sinos da minha aldeia...) Séc XII, de inspiração bizantina (D. A. H.)

4. Largo Bordalo Pinheiro – no nº 31, 1º Andar do “Rei das Meias” era o Casino Lisbonense (jogos, conferências, colóquios); aqui se realizaram as CONFERÊNCIAS DO CASINO, já no tempo de Eça e Antero. No nº 4 funciona o Círculo Eça de Queirós (biblioteca, sala de convívio, local de estudos queirosianos (abre à tarde).

5. Largo do Carmo - nº 18, 1º andar, terceira janela, quarto cor-de-rosa. Foi quando deixou a Universidade e esteve aqui “a empanturrar-se de livros”. Aí viveu dos 20 aos 24.
Aqui nasceu a ideia da MENSAGEM, inspirado no Convento do Carmo, mandado construir por D. Nuno Álvares Pereira.
D Nuno é um dos heróis da Mensagem, tal como o Pe António Vieira e D. Sebastião.
Planificou o livro segundo a filosofia de Joaquin de Fiori: Idade do Pai, do Filho, do Espírito Santo e do Quinto Império.

6. Rua Primeiro de Dezembro — Restaurantes Leão Pobre e Leão D’Ouro, nos nºs 103 a 107

7. Estação do Rossio - azulejos de Lima de Freitas muito relacionados com o V Império da Mensagem.
Aqui vinha esperar Mário de Sá-Carneiro, de regresso de Paris.

8. Largo D. João da Câmara - havia aqui dois cafés frequentados por FP: O Martinho original (até 1969), contemporâneo do Passeio Público, onde é agora o BPI; e o Suíço, onde é a CGD, tendo-se realizado no primeiro inúmeras reuniões do grupo de Orpheu. Tinha uma montra enorme em vidro com um cortinado a meio acima do qual se viam as cartolas (daí chamar-se o café das cartolas).
FP frequentava muito estes cafés com o poeta Carlos Queirós, familiar de Ofélia Queirós, que vivia por cima do café da Gare, no 2º andar.
Carlos Queirós ficava até à hora de jantar (quando via acender as luzes da sala de jantar) e FP depois ia até ao Martinho da Arcada.
Talvez se tivesse inspirado na figura de D. Sebastião com a espada da Ordem de Cristo e de Santiago (estátua entre as duas portas), o drama da chegada e da partida.

9. Rossio - Vários cafés frequentados por FP:
- Café Portugal, nº 54 e 55 (agora Casa das Luvas)
- Café Gelo, nº 67 (agora remodelado)
- A Brasileira do Rossio, nº 51 a 53 – inaugurada em 1911 e encerrada em 1960, foi referida frequentemente por FP em cartas à Tia Anica, a Mário de Sá-Carneiro e em apontamentos pessoais.
- Botequim das Parras, nº 27 e 29 (onde Pessoa e outros escritores formaram importantes tertúlias e grandes discussões literárias; no interior do Café, a que chamavam o - Aguilheiro dos Sábios)
- Café do Bocage, nº 24 e 25 (agora Café Nicola)
- Restaurante Irmãos Unidos, nº 111 e 112 (desde 1970, Camisaria Moderna), que pertencia à família de um médico galego muito culto, Alfredo Segurado, que pediu em 1954 a Almada para fazer o retrato de FP por 3000$00, exposto a partir de 1956; depois fez outro que foi para a Gulbenkian, estando o dos Irmãos Unidos na Biblioteca da Casa Fernando Pessoa, depois de ser adquirido em leilão, por Jorge de Brito, por um valor elevadíssimo para a época, e doado
em Julho do mesmo ano à Câmara Municipal de Lisboa.
FP reunia-se neste café com Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, António Ferro, Armando Côrtes-Rodrigues, Luiz de Montalvor, José Pacheko e o próprio Alfredo Segurado.

9a. Praça da Figueira, vista do castelo

10. “A Licorista”, tendinha de ginjinhas, como, nos Restauradores, o Palladium, na esquina do elevador da Glória; FP era um frequentador destas duas. A aguardente e o absinto eram as preferidas de FP. Há também a Tendinha do Rossio, no nº 6, inaugurada em 1840.

11. Trabalhou em quase todos os escritórios da baixa, como tradutor ou como guarda-livros. Na Rua Augusta, n.º 228-1.º, entre 1934 e 1935, trabalhou nesta morada, na Casa Serras (E.
Dias Serras, Lda., Importação – Representações).

12. R. da Assunção, º 42, 2º - escritório onde conheceu Ofélia, em 1919, era a sede da firma Félix, Valladas & Freitas, Ld.ª. No 2.º situava-se a sede da editora Olisipo dirigida por FP e pelo seu primo Mário Nogueira de Freitas, entre 1920 e 1923, e onde publicou os seus English Poems I e II e English Poems III. No nº 109 localizava-se um escritório onde também trabalhou. No gaveto com a Rua do Arco da Bandeira (Rua dos Sapateiros) — Café Montanha (inaugura-do em 1864, encerrou em 1952), que FP também frequentou, aos fins-de-semana, até aos anos 30

13. Rua da Victória, n.º 53-2.º Esqº. Durante a década de 20, FP frequentava os escritórios de Frederico Ferreira & Ávila, Ld.ª

14. Rua do Ouro, nº 87, 2º - Aí existiu, entre 1917 e 1918, a firma de “Comissões e Consignações” de FP, Geraldo Coelho e Augusto Ferreira Gomes, firma de que foi sócio nesse período.

15. R. de S. Julião, nº 101, nº 52 e nº 4 - escritórios onde trabalhou

- Rua da Conceição, casa de Mário de Sá Carneiro (número a identificar)

16. Praça do Comércio - Martinho da Arcada - foi o primeiro café de Lisboa, chamava-se “Casa Da Neve” e depois Café da Arcada. A neve vinha pelo Tejo embrulhada em palha.
Também se vendiam aqui bilhetes para as tipóias para Sintra. Era um poiso de intelectuais e artistas. FP jantava sempre aqui. Dentro do café estão preservadas a mesa de Pessoa e a mesa de Saramago.
A Associação Fernando Pessoa realiza aqui encontros regulares.

16a. CAIS das colunas

16b. "Casa dos Diamantes"

17. Rua da Prata, - escritórios onde trabalhou: no n.º 267-1.º Dtº, foi correspondente no escritório Lavado, Pinto & C.ª Lda., entre 1913 e 1915. No 1.º andar do n.º 71 existiam os escritórios da joalharia Moitinho, onde FP trabalhou de 1924 a 1935.

18. Rua dos Fanqueiros, n.º 44-1.º Aqui, nos escritórios da firma Palhares, Almeida & Silva, Lda., FP escreveu alguns excertos do Livro do Desassossego. Na Abel Pereira da Fonseca, onde foi tirada a célebre fotografia de Pessoa, de pé ao balcão, a beber um copo de vinho e na qual escreveu, com humor, a célebre dedicatória a Ophélia Queiroz, em “flagrante delitro”.

19. Rua dos Douradores, Nº 186-190 — Restaurante Antiga Casa Pessoa, onde o poeta almoçava frequentemente em 1913.

20. Igreja de São Domingos: o espaço religioso dos Dominicanos (os "domini cani", como lhes chamavam), pelo seu papel preponderante na Inquisição.


MENSAGEM: Stª Catarina, largo do Carmo, estação do Rossio (painéis e porta principal)

MEMORIAL:
- Palácio Real
- Terreiro do Paço
- açougues
- Rossio
- Convento da Cotovia
- Postigo de S. Roque
- ruas de Lisboa
- a outra margem
- Ribeira
- cais
- mercado do peixe
- muralhas do castelo
- Casa dos Diamantes
- outros...

CAMÕES:
Miradouro, Estação do Rossio (porta principal), cais, outros...

São ainda de referir os seguintes espaços, onde não iremos pelas razões que se compreendem, mas que os alunos poderão procurar, explorar, conhecer, investigar, visitar, registar, fazer reviver, mostrar, dar a ver:
- Rua Carlos Mardel, 184, 3º
- Rua D. Carlos (hoje avenida), 109
- Rua de S. Bento, 19, 2º
- Rua da Bela Vista à Lapa, 17, 1º
- Rua Passos Manuel, 124, 3º esq
- Rua Pascoal de Melo, 119, 3º dtº
- Rua D. EStefânia, 127, r/ch dtº
- Rua Almirante Barroso, 12 (quarto contíguo à Leitaria Alentejana, hoje cervejaria)
- Rua Bernardim Ribeiro, nº 11, 1º
- Rua Coelho da Rocha, 16, 1º dtº, a Campo de Ourique, hoje Casa Fernando Pessoa
- Hospital de S. Luiz dos Franceses, Rua Luz Soriano, 182 (onde deu entrada a 28 de novembro e onde faleceu a 30)
- Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, onde está o seu túmulo monumento.

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