Leitura:
“Arquipélagos”
O Homem é uma ilha. Nessa ilha
está uma árvore. A madeira dessa árvore serve para construir meia ponte. Só
meia! Essa ponte serve para chegar a outras ilhas mas só fica completa se a
outra ilha construir a outra metade.
As grandes ilhas são aquelas que
têm a mania de chegar a toda a gente; a árvore delas cresce muito depressa e a
ilha também, para ter espaço para todas as pontes.
Então e existem ilhas sem pontes?
Não. Quando uma ilha se forma, já vem com pontes de ferro e passado algum
tempo, quando a árvore cresce tudo o que tem para crescer, começamos a construir
as nossas próprias pontes.
E as pontes velhas, não caem?
Não. Nós é que as desconstruímos quando já não há hipóteses de elas ficarem de
pé.
Se o Homem é uma ilha, as suas
relações são pontes e é assim que se formam arquipélagos.
Dissertação:
Escrevi este texto, porque acho
que esta metáfora explica bem o processo de estabelecer relações com as outras
pessoas e nem sempre percebemos como isto acontece no nosso dia-a-dia. Encontrei
algures a frase “O Homem é uma ilha” e fez-me muito sentido, porque mesmo que
vivamos em sociedade, continuamos a ser indivíduos, cada um com a sua vida. Quando
estamos a estabelecer uma relação com alguém, tem sempre de haver um contributo
de ambas partes a fim de resultar numa relação saudável. Todos temos a nossa
ilha, pequena ou grande, com pontes em construção ou destruídas.
Improvisação:
“Autoestradas
Invisíveis”
É muito difícil construir
autoestradas na água. Para podermos construir autoestradas precisamos de
pontes, logo as autoestradas são pontes mais avançadas que criamos quando temos
uma relação muito especial com outra pessoa, por isso é que as autoestradas são
invisíveis, só as pessoas dessa relação podem vê-la.
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