domingo, 2 de dezembro de 2012

Relatório da visita de estudo à Lisboa Pessoana (com Camões e Saramago)




Não há Quinto Império sem nevoeiro, diriam os heróis de Pessoa e Camões.

Fez nevoeiro na manhã do Senhor de nove de Novembro de dois mil e doze. Manhã em que, ao invés de se esperar o regresso de D. Sebastião, se procurou por ele.
Eram à volta de quarenta almas, com corações de Pessoas, numa Lisboa antiga, sua, e deles.
Caminhou-se sobre poesia de tormentas da Brasileira a Santa Catarina, onde três vezes se ouviram, três pessoas de cada vez, recitarem três poemas. 
Voámos, depois, como gaivotas em bando até ao número 4 do Largo de S. Carlos, morada que viu nascer Fernando António Nogueira Pessoa, a 18 de julho de mil oitocentos e oitenta e oito, e onde também, mesmo em frente no teatro, o seu pai fez do som poesia.
Dali se “ouviam os sinos” da igreja dos Mártires, antiga entrada para a cidade e lugar sagrado onde Pessoa foi adotado por Deus um ano mais tarde.
Mas é no Carmo que a maturidade desponta, largo-paraíso, guardião das memórias de Lisboa. Nele, viveu Fernando Pessoa após interrompidos os estudos na Faculdade de Letras e no seu seio histórico se inspirou para passar uma e una Mensagem.
Após esperarmos vários comboios na Estação do Rossio, onde saudámos D. Sebastião com o poema da Mensagem que lhe é dedicado, em nenhum deles vinha Sá Carneiro.
Saindo da estação, atravessamos a rua, e Ophélia cora à janela, amada mulher incógnita, onde alguém lhe entregou uma carta de amor a pedido de Fernando.
Uns passos à frente, o Largo do Rossio, onde desfilam condenados da Santa Inquisição num excerto do Memorial do Convento.
Logo ali à esquina, o restaurante Leão de Ouro, onde os prazeres do corpo eram saciados em comunhão entre as almas célebres.
Fernando Pessoa inundou Lisboa de trabalho por conta de outrem, em escritórios da Rua Augusta à Rua do Ouro passando pela Rua da Vitória.
Desembocou-se por fim no Cais das Colunas, porta viva da cidade para o Terreiro do Paço, morada terrena das Tágides que inspiram Lisboa.
D. Sebastião partiu com o nevoeiro.

Alice dos Reis 12ºE Nº3

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