sábado, 17 de março de 2012

Relatório de uma visita de estudo


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Santíssimo Tribunal da Inquisição,


Conforme pedido  por vossa excelência o inquisidor mor, relato aqui os eventos que tiveram lugar na passada missa de domingo, dia 14.  Dirigi-me à igreja de S. Roque para registar as provas de acusação ao pregador Padre António Vieira, tenho no entanto a informar vossa excelência que nada de blasfemo encontrei no seu discurso. Os seus lábios não teciam heresias, apenas verdades. O esplendor do seu sermão arrebatou os corações dos ouvintes e o meu. Deixou-me perplexo a fusão perfeita das palavras e da beleza da igreja. O fulgor da voz que falava do púlpito preencheu-nos a alma, assim como os floreados e dourados preenchiam as paredes. A humanidade do pregador assemelhava-se à dos rostos dos anjos que figuravam nas capelas. Todo o ambiente barroco que nos rodeava se unia incomparavelmente ao que ouvíamos. É assim impossível encontrar qualquer calúnia no meio de tal esplendor. Peço que retirem as acusações feitas ao Padre António Vieira pois se de alguma coisa ele é culpado é de dizer a verdade e de tocar os corações dos homens.

Margarida Gomes da Silva, 11º A

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