sábado, 17 de março de 2012

Tudo o que aprendi sobre...



... Frei Luís de Sousa
Crónicas e Considerações sobre as obras da aula de Português
Frei Luís de Sousa, prestigiada peça escrita por Garrett, por muitos considerada um clássico.
Debruçando-me sobre considerações gerais, esta acima de todas que tenho medo que ofenda Garrett – a sua peça ser categorizada como uma daquelas peças que este tanto criticou em seu discurso – Memória ao Conservatório Real.
Oh não! Este senhor de que vos falo escreveu um drama trágico! Ora está claro que com características românticas… É evidente, meus caros! Era da época! Apesar de a peça se passar no séc. XVI,I foi escrita no séc. XIX e como tal tem características românticas. Ora são os agouros, o mistério a carga simbólica dos acontecimentos e afins e, mais importante, Maria, sim, Maria o protótipo da personagem romântica.
Não consigo deixar de pensar que este senhor que me foi apresentado na aula de Português, sim, o Garrett e eu temos muito em comum e que nos havíamos de dar bem! A sua peça Frei Luís de Sousa é quase como que uma homenagem ao antigo! Ao próprio Classicismo, a essas tragédias desses povos que como Garrett também eu admiro. Tal era a admiração do Garrett, que na sua obra, claro que misturando-as com o “seu toque pessoal” teve em consideração muitos aspetos da Tragédia Clássica.
Não percebem? Mas como? É tudo tão evidente! Não se vê logo? Ora vejam!
Posso de partida indicar-vos alguns aspetos que vos poderiam induzir a classificar Frei Luís de Sousa como uma tragédia. A presença de Telmo Pais e Frei Jorge que desempenharão a função de coro, a existência dos presságios como numa tragédia, olhem o exemplo das chamas que consumiram o quadro do retrato de Manuel de Sousa Coutinho enunciando a tragédia iminente sobre a família! Também devem ter reparado (exageradas, talvez), que aquelas personagens agem sob um fatalismo que as empurra para a desgraça! A culpa é de quem? Da Dona Madalena está claro, que desafiou o destino casando pela segunda vez, ato que trará uma grande catástrofe com a morte de Maria no fim da peça. Essa sim é uma grande tragédia!
Estão agora perguntando porque não é esta “TRAGÉDIA” uma tragédia?
Sejamos claros: primeiro, não está escrita em verso e depois tal como verificamos, características da tragédia clássica vejo-as também eu do estilo romântico!
O patriotismo, o messianismo e sebastianismo, os constantes agouros o culto da mulher anjo, a religião como consolo, a preferência pelas horas sombrias (…)
Enfim… estão confusos? Vos entendo. Já passei por isso também.
Sabe-se lá que coisa é esta! Lá lhe chamaram estilo híbrido ou misto! Para mim, mistas são as tostas! Drama Romântico com Tragédia Clássica?
Garrett, ou não conseguiu decidir-se ou era pessoa de meios-termos!

Inês Gomes nº13 11ºD

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