Relatório: Igreja de São Roque
Caminho em direção ao templo de Deus onde escondido sei que
está o padre António Vieira.
Esse infame, que nos seus sermões questiona verdades
inegáveis! Há que defender a justiça de Cristo, há que agir.
Mas eis que ao entrar nesta divina catedral, me paraliso com
o esplendor que observo. De fora a catedral parecia simples e não muito
convidativa, mas no interior…
Ai no interior… Ostentam riquezas por todo o lado. Em cada
arco que vejo, descubro infinitos pormenores; relevo a relevo, os meus olhos
caminham sobre as colunas com nervuras e efeitos vegetalistas, sobre todas as
estatuetas, todas as suas feições.
Nunca tanto ouro vira em parede! No chão! No teto!
Anjos de mil faces cobrem a igreja, pinturas… que por detrás
de cada história mostram cores garridas como vermelho sangue ou azul do mar,
tantas sombras num só quadro hipnotizam a minha vista.
Todo o instinto sensorial que agora me percorre, invade a
minha primeira missão de determinadamente banir António Vieira. Pois Virgens e
santos parecem falar comigo, até o próprio Cristo… O Próprio Cristo sepultado me
murmura, só depois percebo que é uma estátua.
Cada galeria desta igreja, tem uma história construída numa
forma tão requintada e pormenorizada, que sem me dar por isso já quatro horas
passaram e eu ainda especado permaneço no mesmo lugar.
Compreendo então o
amor que António Vieira tem a esta local, mesmo que pouco merecedor do mesmo.
Admito derrota enquanto admiro, uma última vez, o brilhante
órgão que se encontra no piso superior.
Posso ter sido iludido pelo esplendor de sua casa, pelo belo
eco que a igreja de tetos altos tão bem projeta, mas mesmo que enganado, ao
menos parto com uma imagem de beleza nos olhos.
Catarina Mauritti 11D
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