Trabalho sobre a visita de estudo à
Igreja e Museu de S. Roque
Enquanto caminhava até à igreja de S.Roque,
pensava como iria retratar a sermão do Padre António Vieira, a pedido da inquisição.
Mas
ao entrar na igreja esqueci-me do que estava a pensar, de que tinha ido lá
fazer, do que tinha de fazer, de quem era…
Senti-me
esmagado por tantas maravilhas e tanto esplendor. Tantas “história” sobre a
vida de Jesus, dos santos e da sociedade que capturaram a minha atenção e de
quem as observava.
Tantos
estilos diferentes em cada capela, desde o maneirismo nas capelas de São
Francisco e da Sagrada Família, o Barroco inicial na capela do santíssimo, o
Barroco tardio nas capelas de Nossa Senhora da Doutrina e de Nossa Senhora da
Piedade…
Tudo
decorado até ao máximo pormenor com azulejos em ponta de diamante., elementos
botânicos com cachos de uva e as suas folhas magníficas, volutas extremamente
ornamentadas, símbolos da Paixão de Cristo, nichos sobre os dois púlpitos com
estátuas em mármore branco dos quatro Evangelistas. No piso superior da nave
está um conjunto de pinturas a óleo com cenas da vida de Inácio de Loyola,
frescos magníficos e ladrilhos de fazer sonhar qualquer Homem.
Podiam
ver-se as cores magníficas a o uso excessivo da talha dourada e ornamentação,
não só na igreja, mas também nas cortinas e vestes do Padre António Vieira.
Era
tudo magnífico e eu parecia que tinha sido transportado para outro sito.
O
sermão ia começar, e por isso sentei-me ainda a apreciar todas as maravilhas
que me rodeavam, nem dei conta de o Padre António Vieira entrar, mas assim que
começou o seu sermão, fui incapaz de tirar os olhos de cima dele, tanta
sabedoria, tanto poder maximizado pela igreja, tanto sentimento…
Cada
palavra que o P. António Vieira dizia, eu “bebia”-a. Fui o último a
levantar-me, esmagado por tanto saber. Ao ler o meu relatório, dei-me por
satisfeito, pois achava que tinha conseguido aproximar-me do que senti, mas de
repente lembrei-me, que a minha missão era desacreditar o Padre António Vieira
perante a inquisição… Não tentei remendar o relatório. Não o conseguiria, mesmo
que quisesse.
Assim
sendo, dei mais uma volta pela igreja, como modo de despedida. Pois bem podia
ser a última vez que a via.
Rita Azevedo, 11º E
Nenhum comentário:
Postar um comentário