É a crise, e pronto !
É um
assunto que está mais que falado, mais que discutido mas ainda não está
esgotado. As pessoas queixam-se muito, mas ainda não estão a passar pelo pior.
Enquanto uns se queixam que já não podem ir às compras todos os dias, outros
queixam-se que só têm duas refeições por dia, quando têm. Dizem que estamos em
crise e que está tudo muito mau para eles, mas em vez de fazerem algo contra
isso, fazem exatamente o contrário. Conheço muita gente desempregada que vive
apenas de subsídios, não têm trabalho por não procurarem ou por não quererem,
no entanto vêm pedir dinheiro aos meus pais porque dizem que não têm que comer.
Muitos vão pedir no metro ou nas ruas, mas assim que saem de lá pegam num
cigarro e fumam-no sem ter consciência que este foi comprado com o dinheiro de
alguém que fez para o merecer, e que no momento achou que estava a contribuir
para a felicidade de alguém.
A
sociedade atual ainda não tem a noção de sofrimento, de fome, de miséria. Os
nossos avós, esses sim sofreram bastante na sua infância, alguém os vê
queixarem-se da mesma maneira que os outros? Claro que não, e isso significa
que já passaram por muito pior. A verdade é que estamos todos mal
habituados.somos pobres e mal agradecidos. Quando toca no assunto da crise se
torna mais fácil culpar apenas o governo. Grande parte da culpa é deles, mas
está na hora de ajudar Portugal a crescer, porque queixar e culpar os outros
não resolve, nem vai resolver nunca a situação. O governo tomou medidas, certas
ou erradas, foram tomadas com a intenção de ajudar. Vivemos num país com
direitos, mas se temos o direito de usufruir dos subsídios que, ao fim ao cabo,
são dados pelos que trabalham, e como com os direitos vêm as obrigações, podiam,
no mínimo ser honestos e mostrar que os merecem, e sobretudo que realmente
precisam.
Se
continuarmos a criticar sem fazer nada, a situação só vai piorar. A
criminalidade está a aumentar drasticamente, muitos adolescentes estão a
desistir dos estudos para poderem trabalhar… Tantos jovens que vão à escola “passear
os livros”, e faltam às aulas porque “não têm paciência”, pensem na
oportunidade que estão a perder. Se hoje em dia o nono ano já não é nada no
mercado, imagine-se daqui a uns anos…Se já existem imensos graduados e sem
trabalho, o que faremos quando for a nossa altura?
A
solução está em tentar agir da forma correta, não vale a pena dizer que
estamos em crise, e pronto.
Ana Sofia, nº5, 11ºE
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