Entrei naquela igreja
e estava decidido iria apontar todos
os erros e heresias que aquele
Padre faria . Porque não poderia ele ser um Padre como os normais ? Apenas
citava a Bíblia , rezava e estaria tudo bem porque teria feito a sua função .
Mas não , o Padre António Vieira , pregava sobre o que não estava autorizado
ser dito.
Confesso que nunca realmente pensei na hipótese daqueles
peles vermelhas serem ouvidos, nunca
nos fizeram pensar realmente sobre isto
e por isso parecia um pouco disparatado dar ouvidos a um selvagem .
Sentei-me no último banco, ao fundo da igreja de S.Roque,
que estava cheia de gente para ouvir os
tão famosos sermões que faziam toda a gente pensar .
Enquanto o Sermão não começava, olhei de relance para o
teto como quem parecia aborrecido, mas fiquei surpreendido. As pinturas eram
tão realistas , os detalhes , as cores todos os elementos daquela igreja eram
fascinantes . A riqueza, o pormenor deixaram-me boquiaberto. Tinha de admitir aquilo sim era arte .
O sermão começou ,começou como todos os normais , até aí não
havia problema nenhum. Mas depois começaram os problemas , aquelas criticas
todas seria a primeira coisa que apontaria no meu caderno, se não visse o quão
correto estava .
Este padre não era nenhum herege, mas sim um homem com um dom
não só da palavra, mas da antevisão do futuro. Tudo o que ele dizia levou-me a refletir. Pensei nas atitudes do ser humano,
nos trabalhos alheios que eliminei e sobretudo na igualdade .
No fim do Sermão levantei-me e nunca me tinha sentido tão tranquilo e tão pensador. Dei um passo em direção à porta e pensei:” A partir de hoje , irei tornar-me
numa pessoa melhor .” Sem pensar duas vezes rasguei o meu papel que mais
parecia uma lista infindável de tarefas e percebi que não mais voltaria a ser
assim.
Mariana Araújo, 11º E
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