A Memória do Mundo. Italo Calvino. “O Homem que chamava Teresa”
Pobre coitada,
sentia-se como uma simples mancha preta perante tanta beleza. Agachou-se de
espanto e vergonha. “Tão bonita” pensou ela – tão suave e brilhante,
iluminando-nos a todos. Aquela forma esférica perfeita… E tão brilhante!
Brilha, brilha, brilha… Lá no alto como num espetáculo, em cima de um palco
para ser observada por todos. Também queria ser assim, bonita – disse num
suspiro – brilhante e não opaca… esférica e não deformada…
A sombra
começou a desvanecer-se num choro silencioso, até ficar presa na sua própria
vergonha. A verdade é que a sombra esqueceu-se do seu valor, depositando-o na
Lua. Fechou-se a si mesma e não se voltou a encontrar.
Tatiana
Marques nº26 11ºD
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