domingo, 16 de junho de 2013

Almoço e Sarau


Almoço com Eça

Como de costume, vou almoçar com Eça em sua casa. É o que  normalmente acontece nos dias da semana. Eça chega a casa por volta das onze e meia e o almoço é servido ao meio dia.  
E é intercalado entre carne e peixe, dia sim, dia não.
Hoje vai ser servido o célebre cozido (à portuguesa) e o incontrolável cheiro já percorria os corredores, e começara agora a penetrar na sala de jantar, que é onde almoçamos todos os dias de segunda a sexta, na grande mesa da sala de jantar, apenas os dois, numa partilha de histórias e acontecimentos.
E assim ali ficamos, até Eça se aperceber das horas e saber que teria que se ir embora o mais rápido possível, porque precisava de se recolher durante um curto espaço de tempo, enquanto fumava o belo do seu cigarro.
Pouca coisa mudou em tanto tempo que passou, já nos conhecemos há uns quarenta e cinco anos. A agitação, confusão, alegria, euforia começou exactamente quando Os Maias chegaram a esta casa,  seguido de um som que se tornou habitual, o som das folhas passadas, o som das folhas rasgadas, o som da tinta a cravar o papel, a grossura da tinta quase como um cordel.
Acabando de almoçar, já sabia o que me esperava, Eça iria contar-me todas as novidades e todos os acrescentos da grande história d'Os Maias, tal como lhe pedi.





Escrita Emocional– Trabalho escrito com música da época :


         -Cheguei!!
         -Oh meu Deus, repare no volumoso casaco de pele daquela mulher!
         -Isso é porque ainda não viu o grandioso chapéu daquela.

E eu (Carlos) pensei para mim:

Interessante..
Onde o azul do céu estrelado ,
Se dissolve no nosso horizonte,
Com o branco sujo das ruas, e que rima com o amarelo brilhante do interior dos grandes e dos expansivos palacetes, onde os prédios todos alinhados tornam esta vista magnifica, até para mim que passo por aqui todos os dias! Cheios de gente aperaltada, com enormes vestidos e cabeleiras com respectivas combinações de jóias, em que de longe não se percebe que somos todos diferentes, porque nos encontramos num mar de gente.
Onde milhares de vozes e risos preenchem a minha cabeça, mas que de repente, quando vemos a pessoa que provavelmente procuramos, ou que pelo menos gostaríamos de ver, faz-se um enorme silêncio na minha cabeça, e parece que se abre um caminho no espaço que me liga a esse alguém, no meio daquela infinita gente.
Mas se me questionar, porque estou aqui?

Não sei bem, talvez seja porque fica bem...

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