E então riste amargamente
Olhaste-me de negro
Alta e cruel levantaste-te de repente.
Levando a cara à mão
Viste que me quebraste
Quando o meu retrato provaste ser borrão
Lugubremente uma lágrima escorreu.
Na tua face agora pálida -
verde.
E o brilho nos teus olhos morreu.
Levanto-me da cadeira
Sacudindo as calças, miro-te
Enquanto a tua expressão se começa a assemelhar a madeira
Nos olhos não te atreves a olhar-me
Hipócrita.
Antes não parecias importar-te atravessar-me.
Voando pela sala, desenho um sorriso
Ansioso, satisfeito. Concretizado.
Não me esforçando por conter o riso.
Os meus pés desenham círculos à tua volta.
Reviras as cara, massacras-te.
Vejo o seu esforço quando um suspiro solta.
E então levantando-se, abocanhou a mala
Chorando até à porta, sucumbo os dedos aos olhos
E num adeus despediu-se da sala.
A porta fechou-se mansamente
Para não causar mais estragos
E eu, de contente, ri violentamente.
Tomás Neves 11ºa nº 25
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