Eça está criado. O seu
estômago anda que nem um fósforo nos dedos.
Só consegue beber
aguardente, só beber para manter o ardor.
Não consegue comer só
porque não quer. Há coisas mais importantes do que comer. Há luvas de borracha
com buracos que deixam os dedos húmidos.
Eça escreve com luvas de
veludo e não as pode sujar a comer, tem que louvar esse respeito pelo veludo.
Mas o preto continua ali
vazio para Eça, alheio para o vadio.
Só saboreia daqui quem
quer arriscar, provar do próprio baço.
Catarina Mauriti
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