Encontrei a minha musa em onze
estrofes de um poema de Cesário… um poema cheio de neblina, escurecido com
monotonia. O Tejo, pintei-o com um negro azul para combinar com o
entardecer. Destacam-se no espaço e no som os carros barulhentos, umas pinceladas
ao longe como a própria “via-férrea e os que se vão. Felizes!”. Pincelei mais
de perto e com maior pormenor as vigas de madeira, essas enormes e surreais
gaiolas que pintei rapidamente e, com um toque, mais uma vez surrealista,
pinteis uns morcegos manchados de negro: esses mestres carpinteiros que saltam
de viga em viga. Pintei numa enorme mancha de jaquetões uns rostos de
calafates, pinceladas rápidas e precisas. Noutro recanto da tela, ruas e ruelas
escuras que dão acesso ao cais, num tom sépia os botes atracados. Mais adiante
as masculinas varinas, pincel grosso na mão, gestos bruscos e traços fortes e
curtos para as definir… e assim, da realidade saiu o poema e do poema a pintura
que dedico a Cesário. Ave Marias!!!
Ana Potier, 11º D
Nenhum comentário:
Postar um comentário