domingo, 6 de maio de 2012

O poema escrito com cores



Encontrei a minha musa em onze estrofes de um poema de Cesário… um poema cheio de neblina, escurecido com monotonia. O Tejo, pintei-o com um negro azul para combinar com o entardecer. Destacam-se no espaço e no som os carros barulhentos, umas pinceladas ao longe como a própria “via-férrea e os que se vão. Felizes!”. Pincelei mais de perto e com maior pormenor as vigas de madeira, essas enormes e surreais gaiolas que pintei rapidamente e, com um toque, mais uma vez surrealista, pinteis uns morcegos manchados de negro: esses mestres carpinteiros que saltam de viga em viga. Pintei numa enorme mancha de jaquetões uns rostos de calafates, pinceladas rápidas e precisas. Noutro recanto da tela, ruas e ruelas escuras que dão acesso ao cais, num tom sépia os botes atracados. Mais adiante as masculinas varinas, pincel grosso na mão, gestos bruscos e traços fortes e curtos para as definir… e assim, da realidade saiu o poema e do poema a pintura que dedico a Cesário. Ave Marias!!!


Ana Potier, 11º D

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