Ao Gás
E saio para a noite escura e sombria.
Para a rua, com os passeios cheios de sujidade
Lojas por todo o lado e filas enormes, para as capelas, com
santos e fiéis numa capela de um enorme comprimento.
Num cutileiro, com avental velho e desgastado, ao torno, um
forjador manuseia um martelo impetuosamente. E de uma padaria não muito longe
um cheiro a pão acabado de fazer espalha-se pela rua.
Eu, enquanto medito um livro, vejo um homem com cara de larápio,
sem barba, que olha pelas vitrinas das lojas.
Tento pintar, mas existe uma esguia difusão nos brilhos e
palidez romântica e lunar. Uma mulher sensual com o cabelo dividido ao meio por
uma risca, usa um vestido com uma cauda que faz lembrar um leque antigo,
escolhe xales enquanto um homenzinho idoso pede esmolas.
Nº11 11ºD
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