domingo, 6 de maio de 2012

E porque nos transfiguramos?

                                             Maluda


Estamos constantemente a imaginar como seriam diferentes as nossas experiências sensíveis se tivéssemos a possibilidade de modificá-las.
Nós como seres insatisfeitos necessitamos de viver e entrar num outro mundo mental por breves minutos ou até simplesmente alguns segundos, pode chamar-se a esse lugar, com características bastante maravilhosas e traiçoeiras, ilusão. Já Cesário Verde o fazia quando transfigurava a realidade do seu tempo enquanto passeava pelas ruas de Lisboa, como é bem visível no seu poema Ao Gás quando diz “cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso ver”.
Neste período de crise, onde cada vez mais se veem abruptamente as desgraças, não há que ter vergonha de transfigurá-las por breves momentos, de maneira a recuperar uma atitude positiva perante a verdade. É como criar uma aparência de um facto para poder encontrar algo que nos satisfaça e que nos recorde de como Lisboa é Gás, de como é um local que deposita algo que a cada dia nos traz posses de novidades que diretamente nos injetam uma vacina de felicidade permanente e eterna.  

Joana Costa

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