Estamos
constantemente a imaginar como seriam diferentes as nossas experiências
sensíveis se tivéssemos a possibilidade de modificá-las.
Nós como
seres insatisfeitos necessitamos de viver e entrar num outro mundo mental por
breves minutos ou até simplesmente alguns segundos, pode chamar-se a esse
lugar, com características bastante maravilhosas e traiçoeiras, ilusão. Já
Cesário Verde o fazia quando transfigurava a realidade do seu tempo enquanto
passeava pelas ruas de Lisboa, como é bem visível no seu poema Ao Gás quando diz “cercam-me as lojas,
tépidas. Eu penso ver”.
Neste
período de crise, onde cada vez mais se veem abruptamente as desgraças, não há que
ter vergonha de transfigurá-las por breves momentos, de maneira a recuperar uma
atitude positiva perante a verdade. É como criar uma aparência de um facto para
poder encontrar algo que nos satisfaça e que nos recorde
de como Lisboa é Gás, de como é um local que deposita algo que a cada dia nos
traz posses de novidades que diretamente nos injetam uma vacina de felicidade
permanente e eterna.
Joana Costa
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