A “novela” do século XIX, poderia
ser a mesma que me faz mudar de canal sempre que oiço aqueles genéricos sem
sentido, em pleno século XXI. Ambas são dramáticas, ambas representam o
quotidiano de uma classe alta, ambas apelam à tristeza e à reflexão. Uma
telenovela onde a falácia Ad
Misericordiam (apelo à misericórdia) se encontra presente em cada fala.
Toda a história tem como objetivo despertar um sentimento de compaixão
relativamente às personagens. Tristes, assustadas, trágicas ou até doentes, são
algumas das características que encontramos presentes nas personagens
românticas. Não esquecendo o típico triângulo amoroso. D. Madalena, D. Manuel e
D. João. Talvez seja melhor chamar-lhe telenovela mexicana: Madalena, insegura,
cautelosa, é casada com D. João, que vai para a guerra, perdendo assim o
contacto com D. Madalena. D. Madalena, espera, espera e espera, acabando por
casar com D. Manuel, lutador e heroico, de cuja união nasce Maria. Maria,
inteligente, perspicaz e deveras doente é o centro das atenções daquela casa.
Amada e defendida por Telmo (criado da família), com a grande esperança de D. João
voltar para junto da sua mulher, D. Madalena. Para ajudar, temos uma mudança do
primeiro para o segundo ato violentíssima, devido a um incêndio provocado pelo
próprio dono da casa (D. Manuel), apenas por orgulho, apenas por os espanhóis
querem habitar a sua casa.
Mas nem tudo é negativo, Frei Luís
de Sousa é uma importantíssima telenovela histórica, que procura representar
momentos históricos marcantes, como a peste, domínio filipino, sebastianismo...
Para terminar a “novela” acaba com
o reaparecimento de D. João na vida de D. Madalena e D. Manuel. Disfarçado
de Romeiro, sua identidade é escondida de toda a família. Sendo assim, a
história acaba com a morte de Maria, que dá o toque final à dramatização desta
peça.
Reconheço a importância de Frei
Luís de Sousa na história do teatro, mas ninguém me tira da cabeça a ideia de
Frei Luís de Sousa ser uma telenovela teatral.
Elsa, 11º E
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