domingo, 6 de maio de 2012

“Se eu fosse um pintor a analisar um poema de Cesário”...


 “Avé Maria”, que belo quadro, que bela representação, que bela gama de cores. As cores… As cores são escuras, frias e feias, sei que são uma camada, por trás encontra-se algo que não vejo por estar tapado por esta nuvem de cores, mas tenho a certeza que detrás desta esperança, uma história, um passado. As cores são pinceladas de sentimentos, são pinceladas rudes, reais. Tão reais que me revejo nelas, sei precisamente o que cada pincelada representa, pois enquanto olho para este quadro, sinto-me a vivê-lo.

 Agora vejo o passado marcado pela harmonia, pelo contraste e pela dor. Já nem sei o se o que é dor, é esperança também. Sinto, no meio de tanta indignação, um rasgo de esperança, existe carinho por aquele lugar. Isso eu sei.
 Podia passar horas a observar cada pormenor, que não seriam horas suficientes, pois cada pormenor conta uma história, uma realidade, uma vida, e o mais curioso é a ponte para mais mil e uma histórias marcadas pela dor e realidade, que habitam este quadro. Não terei tempo suficiente para ouvir o que me dizem, mas voltarei. Voltarei para falar com cada personagem, com cada rua, pois só eles me poderão contar aquilo que à vista desarmada não consegui ver.

Elsa


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