“Avé Maria”, que belo quadro, que bela representação,
que bela gama de cores. As cores… As cores são escuras, frias e feias, sei
que são uma camada, por trás encontra-se algo que não vejo por estar
tapado por esta nuvem de cores, mas tenho a certeza que detrás desta
esperança, uma história, um passado. As cores são pinceladas de sentimentos,
são pinceladas rudes, reais. Tão reais que me revejo nelas, sei precisamente o
que cada pincelada representa, pois enquanto olho para este quadro, sinto-me a
vivê-lo.
Agora vejo o passado marcado pela harmonia, pelo contraste e pela dor. Já nem sei o se o que é dor, é esperança também. Sinto, no meio de tanta indignação, um rasgo de esperança, existe carinho por aquele lugar. Isso eu sei.
Podia passar horas a observar cada pormenor,
que não seriam horas suficientes, pois cada pormenor conta uma história, uma
realidade, uma vida, e o mais curioso é a ponte para mais mil e uma histórias
marcadas pela dor e realidade, que habitam este quadro. Não terei tempo
suficiente para ouvir o que me dizem, mas voltarei. Voltarei para falar com
cada personagem, com cada rua, pois só eles me poderão contar aquilo que à
vista desarmada não consegui ver.
Elsa
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