domingo, 6 de maio de 2012

Anagnórise Dramatizada

 (sobre Frei Luís de Sousa)


Tão bela, tão calma, tão desgraçada tu!
Que me fazes agora escrever sobre ti?
Não te bastara, à vergonha de filha;
Temerosa morrera – de seus pais
Para acalmar as boas-vindas do novo género
Que vi, ao renascer do meu país.
Porque me finjo?

Que morra a catástrofe que os abalou,
E a todos que a suportaram: coitados!
Pois agora os vejo tão estúpidos,
E mal encarados
Não entendo, meu amo
A quantos Sebastianismos se entregaram.

Oh tragédia!, Oh drama!, - tão românticos
Tão previsíveis se tornaram
Nos seus já envenenados desfechos
Que destroem a fortuna
Que em Garrett se viu, desperto e revolucionário
Tão Português de Portugal!

Reconhecido: descido em coro
Na tragédia os vi...
Sentimentos em agoiro

Reconhecido: que choramingo
Dramatizo o que sinto
E represento, se não minto!

Gabriel

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