Leitura
As palavras e o caracol
As palavras são como o
caracol
só saem da boca para
fora.
O caracol anda com a
casa atrás,
as palavras com a vida à
frente,
mas os dois com
expressividade,
de sentimentos e com o
coração,
a cambalhotar de paixão.
Ana Rita Pires; 31-10-2011
Dissertação
O poema acima descrito foi
inspirado numa frase retirada de um texto apresentado pela professora, a partir de um dos
livros lidos no início da aula. O poema retrata uma comparação e ao mesmo
tempo uma metáfora, há uma comparação entre duas coisas opostas, as palavras e
o caracol, dizendo que as palavras andam com a vida à frente, isto é, ganham
vida quando têm uso, e o facto de o caracol andar com a casa atrás é verdade,
anda com a sua casca que é a sua casa sempre atrás, nunca descansa.
Outro aspeto do poema é um neologismo, palavra inventada a partir de
outras, que é o cambalhotar, uma
palavra que dá, no texto uma sensação de “tudo ao monte”, cheio de paixão.
Improvisação
O silêncio do caracol
O caracol não está em silêncio, por vezes pode
passar despercebido e isso pode considerar-se algo invisível, silencioso, mas
não está, o caracol é um animal independente e autónomo, e está sempre a
trabalhar, a arrastar a sua casa às costas, e nessa altura não está silencioso. O seu
arrastar cria um som, nem que seja o som do estranho “muco” que cria quando
está a arrastar-se. Portanto, o caracol com a sua vida atarefada, pode estar a
produzir sons, ou estar apenas com os corninhos ao sol,
invisível, e em silêncio.
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