sábado, 19 de maio de 2012

Sétima Ironia Sebastianista



Não há, sem dúvida, pior sensação do que fundamentar a vida numa incerteza. D. Madalena casa-se com Manuel de Sousa Coutinho, estando ainda casada com João de Portugal, que ela pensa estar morto, quando está vivo.
Haverá pior ironia de que saber que se é um fantoche predestinado e constantemente informado do que se vai suceder? Telmo está incutido de o fazer, vive numa fantasia como que numa transfiguração da realidade, onde se prende ao passado do tempo de D. Sebastião, aguardando persistentemente que seu amo, seu verdadeiro senhor regresse num dia ritmado.
E não há melhor do que apressar a efémera felicidade a tornar-se num pesadelo através de um ato que aparentemente será patriótico, mas que não passa de uma ação egoísta.
Tais acontecimentos baralharam aquelas vidas como quem baralha um amontoado de cartas, que quando se deu a chegada do peregrino, o romeiro, irreconhecível pelos seus mais chegados parentes, disse a Telmo, que imediatamente o identificou, que queria sair daquele jogo viciado.
E a sétima ironia é ver, após a morte de Maria, completamente inocente perante tudo o que se passou, a morte terrena antecipada;  depois de terem experimentado duas vidas em paralelo, Manuel Sousa Coutinho e D. Madalena foram isolar-se no convento para redimirem as suas faltas e abafarem os seus desgostos.


               
Disciplina: Português
Professora: Risoleta Pedro 
Joana Costa nº15 11º E

Nenhum comentário:

Postar um comentário