domingo, 11 de dezembro de 2011

Brincar com o funcionamento da língua


O Senhor Sujeito Composto

O Senhor Sujeito Composto e a sua sombra mudaram de vida recentemente. Os cantos e recantos de uma pequena casinha no centro de Lisboa encantaram a dupla. As notas e moedas das suas carteiras, ou melhor dizendo, das suas contas bancárias, permitiram-lhes adquirir o imóvel de imediato. Foram arrastadas tralhas e mobílias com o auxilio da empresa de mudanças paga a peso de ouro para tratar dos seus pertences como peças de museu. De facto, a sua modesta casinha e refúgio representava, para o inseparável par, um bem incomparavelmente valioso.
No entanto, foi posto o eterno problema e questão da luminosidade. Como sempre, não podiam faltar velas e candeeiros naquele lar, caso contrário o Senhor Sujeito Composto e a sua sombra passavam a ser só o Senhor Sujeito Composto.
De forma a resolver o velho imbróglio, nunca, jamais, em circunstância alguma, os interruptores ou botões das luzes eram tocados. Mas, e como era de conhecimento de ambos, catástrofes e cataclismos acontecem. O Senhor Sujeito Composto e a sua sombra, ao darem-se conta disto, resolveram erradicar o problema em vez de o resolver. Botões e interruptores viram assim os seus dias contados. Até hoje, homem ou mulher que passe pela casa destes dois depara-se com uma eterna panóplia de janelas iluminadas.


Margarida B. Gomes da Silva
Nº16    11ºA

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