quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Visita de estudo à Igreja de S. Roque


Relatório
  

   Culpado és tu, defendes calorosamente os cristãos novos e os contactos que mantiveste na Holanda com judeus e calvinistas, propugnador, és tu de estranhas e heréticas teorias sobre um tal V Império. Defendes-te, contudo admites algumas imputações, a que não dás, porém, qualquer importância quanto a atentado contra a fé católica.
   Hoje, a tua sentença vai ser saudada por mim, S. Roque vai ouvir-te e o tribunal da inquisição, ouvir-me-á.
   Este 1 de Janeiro de 1642, iniciará o teu fim.
   Chegando um pouco antes, admiração foi a palavra que se via no meu olhar, louvada seja S. Roque, todo o valioso conjunto de painéis de azulejos do século XVI, esculturas, ornamentações, tocheiros, lampadários, prataria, arcazes, compunham o seu encanto, Uma nave única, compacta, com andares e galerias sobre as capelas laterais comunicantes, austera e com luz seguindo as recomendações saídas da Contra-Reforma, que pretendiam criar espaços para cativar toda a atenção dos fiéis. O interior define-se a partir de oito capelas, agrupadas quatro a quatro, de uma capela-mor e pequenos altares. A igreja possui ornamentos de grande qualidade atravessando diversas fases estilísticas, desde o estilo maneirista aos princípios da arte neoclássica. De valor excepcional são as pinturas em perspectiva do tecto e da sacristia, bem assim como as patentes nos retábulos das capelas laterais. O interior vai harmonizar-se a partir de um jogo de iluminação e de alternância claro-escuro, da utilização de talha dourada, azulejos, mármores e pinturas, criando assim esta maravilhosa decoração tão rica e singular. Todo aquele horror ao vazio notório na igreja, prosseguiu para os ouvintes, ficámos inundados pelas palavras sábias de António Vieira, o nosso vazio ouviu-o e nós também. Talvez as variadas tentativas de ilusão também visíveis na decoração se propagaram com o seu sermão…
Raquel Robalo Andrade 11ºA
2011/2012
 

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