quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Visita de estudo


Inquisidor chamado à Igreja S. Roque

Acabo de chegar à Igreja de São Roque, com o objetivo de ouvir o Sermão aos Peixes, para que possa incriminar o Padre António Vieira. Ao entrar na Igreja parecia-me uma igreja igual às outras, notei de imediato que a Igreja era gótica, mas tinha muito poucos elementos do Gótico, sabendo que o gótico entrou muito pouco em Portugal.
Quando atravessei a porta, senti que estava num mundo místico que me levou a atenção para a decoração. O Padre António começou a pregar, eu limitei-me a fixar o meu olhar no Padre com uma forma intimidadora e sentei-me, mas estava tão perplexo com tanta beleza, que nem consegui reter a minha atenção no Sermão.

O Padre António Vieira estava a pregar, não no habitual púlpito, na capela de S. João Batista, era impossível não reparar naqueles anjos que estavam em cima do arco da mesma, em que vemos a teatralização presente tipicamente no barroco, o olhar destes anjos para a capela como se estivessem a chamar-nos, de uma forma convidativa. Nessa mesma capela estava presente o luxo, como a folha de ouro e a “pedra azul”. Por cima do padre está um Baldaquino, também demonstra o luxo, mas o que mais me chamou a atenção foi a leveza que este aparenta ter, e o bem sucedido trabalho.
O Padre António Vieira traz vestida uma Estola - paramento verde, o Luxo está presente, esta Estola é feita de seda com fio de prata dourada, e também bordada a ouro. A sua renda também é feita de fios dourados.

Levanto-me lentamente, para que o Padre não se aperceba.

Saí do meu lugar com passinhos silenciosos, avistei diversas capelas todas elas com a sua decoração, o seu luxo. Na Capela de Nossa Senhora  da Piedade, pude ver, além do luxo e da teatralização, o excesso, imensa quantidade de anjos, os detalhes muito perfeitos, com um desenvolvimento em linha curva, uma composição com infinitas variações de um tema central, primoroso de graça, de ironia e de elegância; é também um concentrado de símbolos e analogias com objetivos caquéticos e um estilo extraordinariamente variado e vivo, cheio de simetrias, gradações e antíteses, para captar a atenção dos fiéis.
Quando volto as costas, vejo duas estátuas, onde está claramente presente  a dramatização, nas suas roupas podemos ver que têm movimento, a as suas caras são expressivas, contam cenas bíblicas.
Quando estou para ir embora, com a sensação de que já vira tudo o que tinha a ver, vejo o teto, aquele teto em que nem sequer tinha reparado, aí está retratado tudo o que pertence ao barroco, a teatralização, o luxo, o excesso… as cenas bíblicas estavam lá através de símbolos. Qualquer crente que entra sente-se elevado…



Joana  Sofia Fernandes Rodrigues
Nº12     11ºA
(texto e imagens)

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